São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2010

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Fumo passivo mata 600 mil em um ano

Pesquisadores da OMS atribuem 1% dos óbitos em todo o mundo à fumaça "dos outros"

DE SÃO PAULO

Doenças cardíacas, respiratórias e câncer de pulmão causados pelo fumo passivo foram responsáveis por 1% das mortes, o equivalente a 600 mil, só no ano de 2004.
Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde publicada hoje no jornal "Lancet" usou informações daquele ano (o último com os dados necessários para o estudo) colhidas em 192 países para chegar a tal conclusão.
O grupo mais exposto à fumaça é o das crianças. Das 165 mil mortes na infância por causa do cigarro, a maioria foi em países de renda média ou baixa, na África e no sudeste asiático.
"A mistura de doenças infecciosas com o fumo passivo é mortal", afirmou Armando Peruga, líder do estudo e gerente do programa antitabaco da OMS.
A pesquisa internacional destaca também a alta mortalidade de mulheres por causa do fumo passivo.
"A mulher fumante perde, em média, 14 anos de vida, e o homem, dez. Acredita-se que a mulher que fuma perca a proteção do estrógeno na parede dos vasos", diz a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do programa de tratamento de tabagismo do InCor (Instituto do Coração).
De acordo com o trabalho da OMS, leis que banem o cigarro de locais fechados podem reduzir os infartos causados pelo fumo passivo, responsáveis por dois terços das mortes entre adultos.
"O monóxido de carbono [aspirado pelo fumante passivo] agride as paredes das artérias, fazendo com que esses vasos percam a capacidade de dilatação", diz Issa.


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