São Paulo, domingo, 27 de março de 2011

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DEPOIMENTO

"Lá, as pessoas falam o tempo todo de bebida'

Letícia Moreira/Folhapress
A funcionária pública Roberta, sóbria há 23 dias, em um parque de São Paulo

DE SÃO PAULO

Roberta, 42, é alcoólatra desde os 26. O problema começou quando trabalhava como barwoman. Frequentou o AA, não se adaptou. Hoje, virou funcionária pública e se trata com terapia e remédios.

 

"Frequentei o AA quatro meses. Achei ultrapassado, deprimente. Saía tremendo das reuniões, com mais vontade de beber.
Lá, as pessoas falam o tempo todo de álcool. Não acho que isso ajude.
A facilidade de chegar é a única coisa boa. Não tem triagem, ninguém pergunta seu nome. É bom acolher quem tem vergonha.
Mas se alguém falta, já dizem: "Será que fulano não veio por que bebeu?".
Não vejo o AA como método terapêutico. As pessoas depõem, mas não têm nenhum retorno.
Eu era chef de bar em restaurantes. Foi um gatilho. Era a raposa cuidando do galinheiro. Bebia o bar todo, me descontrolava.
Eu mesma me internei quatro vezes. Fui ao AA porque todos falavam que era bom. Funciona, para alguns. Para mim, não."


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