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PLANTÃO MÉDICO
O cuidado com o cuidador
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Até há poucos anos, os cuidados com os idosos e incapacitados eram realizados
por familiares, geralmente
as mulheres da casa.
Com o aumento da população idosa e a inclusão das
mulheres no mercado de trabalho, surgiram os cuidadores para substituí-las.
Na Espanha, referem
Constanza Tobio e colaboradores da Universidade Carlos 3º de Madri, a família e,
principalmente, as mulheres
ainda são o principal apoio
às pessoas que dependem de
atenção e cuidados especiais
(30%), o mesmo ocorrendo
na Grécia e na Itália; na Dinamarca, o percentual é de
apenas 4%.
Como tanto o cuidador como o familiar nem sempre
são treinados para esse tipo
de atividade, surgem problemas, alguns deles transformando-se até em caso de polícia por ato abusivo contra
os idosos. Esse comportamento agressivo foi estudado por Gordon Mac Neil e
colaboradores e publicado
na revista "Gerontologist".
Eles verificaram que a presença de irritação exagerada
em um cuidador, junto com
depressão e ressentimento
por sua responsabilidade,
sugere que ele não está adequado para esta atividade.
Quando necessário, os autores recomendam reduzir a
depressão do cuidador com
altos níveis de irritação, para
diminuir a possibilidade de
comportamento prejudicial
para os idosos.
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