São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2010

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Nova técnica pode aumentar sucesso de angioplastia na perna

Balão é revestido com droga que desobstrui a artéria e impede que ela feche de novo

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

A desobstrução das artérias das pernas em pessoas com casos graves de aterosclerose pode ser mantida por mais tempo, com a chegada de um novo balão revestido com remédios que dificultam o fechamento dos vasos.
O novo balão, que deve estar disponível em agosto, será usado em angioplastias. A técnica minimamente invasiva reabre a passagem do sangue, fechada pela formação de placas nas artérias.
Nesse procedimento, o balão é inserido por meio de um cateter e, quando infla, quebra as placas que estão obstruindo o vaso.
O remédio paclitaxel, que reveste o novo balão, dificulta o processo de cicatrização que pode levar a um novo fechamento da artéria. A droga impede a divisão das células.
De acordo com o cirurgião vascular Álvaro Razuk Filho, diretor científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, em 40% das angioplastias em artérias das pernas, feitas com balões comuns, o vaso fecha de novo depois de um ano.
Assim, o paciente acaba se submetendo a uma nova angioplastia, para não correr o risco de perder a perna ou o pé por falta de irrigação.
Ruy Otávio Barbosa, cirurgião vascular do Hospital 9 de Julho, acredita que os resultados da angioplastia com o balão revestido serão melhores e que a técnica vai ser uma boa opção para os pacientes com mais riscos de complicações, como os diabéticos e os fumantes, especialmente para as lesões abaixo do joelho.
O problema é o preço. Barbosa estima que o procedimento com o novo produto possa custar até o dobro do feito com o balão comum.
"A gente vai ter problemas com as seguradoras para autorizar o uso desse material", diz Razuk Filho.
O médico lembra que as angioplastias em artérias do coração já estão num estágio mais avançado do que as feitas nas pernas, até pelos resultados ruins das primeiras tentativas dessa técnica.
"De uns dez anos para cá, voltou-se a fazer angioplastia periférica e a indústria voltou a investir nisso. Mas os resultados [do novo balão] ainda são preliminares, de estudos feitos com poucas pessoas."


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