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Nova técnica pode aumentar sucesso de angioplastia na perna
Balão é revestido com droga que desobstrui a artéria e impede que ela feche de novo
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE
A desobstrução das artérias das pernas em pessoas
com casos graves de aterosclerose pode ser mantida por
mais tempo, com a chegada
de um novo balão revestido
com remédios que dificultam
o fechamento dos vasos.
O novo balão, que deve estar disponível em agosto, será usado em angioplastias. A
técnica minimamente invasiva reabre a passagem do sangue, fechada pela formação
de placas nas artérias.
Nesse procedimento, o balão é inserido por meio de um
cateter e, quando infla, quebra as placas que estão obstruindo o vaso.
O remédio paclitaxel, que
reveste o novo balão, dificulta o processo de cicatrização
que pode levar a um novo fechamento da artéria. A droga
impede a divisão das células.
De acordo com o cirurgião
vascular Álvaro Razuk Filho,
diretor científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e
de Cirurgia Vascular, em
40% das angioplastias em artérias das pernas, feitas com
balões comuns, o vaso fecha
de novo depois de um ano.
Assim, o paciente acaba se
submetendo a uma nova angioplastia, para não correr o
risco de perder a perna ou o
pé por falta de irrigação.
Ruy Otávio Barbosa, cirurgião vascular do Hospital 9
de Julho, acredita que os resultados da angioplastia com
o balão revestido serão melhores e que a técnica vai ser
uma boa opção para os pacientes com mais riscos de
complicações, como os diabéticos e os fumantes, especialmente para as lesões
abaixo do joelho.
O problema é o preço. Barbosa estima que o procedimento com o novo produto
possa custar até o dobro do
feito com o balão comum.
"A gente vai ter problemas
com as seguradoras para autorizar o uso desse material",
diz Razuk Filho.
O médico lembra que as
angioplastias em artérias do
coração já estão num estágio
mais avançado do que as feitas nas pernas, até pelos resultados ruins das primeiras
tentativas dessa técnica.
"De uns dez anos para cá,
voltou-se a fazer angioplastia
periférica e a indústria voltou
a investir nisso. Mas os resultados [do novo balão] ainda
são preliminares, de estudos
feitos com poucas pessoas."
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