São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

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Desnutrição infantil diminui até entre mais pobres

DO RIO

A proporção de crianças desnutridas no país teve redução expressiva em 35 anos. Essa proporção é medida pelo deficit de altura dos 5 aos 9 anos de idade.
Entre meninos, o percentual, que era de 29% no meio da década de 70, caiu para 7% no fim da década passada. Para as meninas, essa variação foi de 27% para 6%.
O problema ainda é mais grave entre os brasileiros que se encontram entre os 20% mais pobres do país, mas, mesmo nesse grupo, a redução foi significativa, tendo passado de 50% para 11%.
Segundo o IBGE, o avanço é explicado pela melhoria no poder aquisitivo das famílias de baixa renda, na escolaridade das mães e na ampliação de serviços de saúde e saneamento. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lembrou ainda as campanhas de incentivo à amamentação como fator que contribuiu para a queda da desnutrição.
Temporão destacou também outro aspecto: já não há diferença na estatura de crianças do Nordeste em relação ao Sudeste. Entre as crianças de zero a cinco anos -recorte para o qual não há dados de anos anteriores-, 6% tinham altura menor do que a esperada para sua idade, o que indica desnutrição.
No Nordeste, esse percentual era de 5,9%, e no Sudeste ficava em 6,1%. A situação ainda é destoante, no entanto, na região Norte (8,5%).
Também não há uma diferença significativa entre os meios urbano e rural. Em ambos os casos, o percentual de crianças com deficit de altura era de 6%.
"A desnutrição infantil ainda não foi eliminada, mas caiu bastante. Essa pesquisa confirma que, hoje, o principal problema das políticas públicas está no aumento da obesidade, e não na fome, entendido como deficiência crônica de energia", afirma Carlos Augusto Monteiro, pesquisador da Faculdade de Nutrição da USP.


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