São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2011

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Cerveja e comida gordurosa são mais consumidas na rua

Moradores de áreas urbanas se alimentam mais fora de casa; na zona rural, industrializados têm peso menor

Pesquisa mostra que nordestinos são os que mais comem milho; Centro-Oeste lidera ingestão de carne

Rafael Andrade/Folhapress
Homem come lanche no centro do Rio de Janeiro

DO RIO

Parcela significativa dos alimentos ricos em gordura, sal e açúcar e/ou pobres em nutrientes que desequilibram a dieta do brasileiro é ingerida fora de casa.
É o caso da cerveja, dos salgadinhos industrializados e dos salgados fritos e assados, ingeridos na rua em mais da metade das vezes.
A constatação, apesar de já ser comentada por especialistas, é nova. Foi a primeira vez que o IBGE pesquisou também o consumo fora do domicílio. No total, a cada dia, 40% da população ingere algum alimento na rua.
No caso da cerveja, o consumo per capita médio é de 31 ml por dia. O dado esconde fortes diferenças entre homens e mulheres -eles respondem por 55 ml diários em média; elas, por apenas 8 ml. Nos dois casos, porém, mais de 60% do consumo ocorre fora da residência.
A lista é seguida por salgadinhos industrializados, consumidos na rua em 57% das vezes, e por salgados fritos e assados, com 53%.

DIFERENÇAS
A pesquisa também mostrou que, quanto maior a renda, mais frequente o consumo de alimentos na rua.
O hábito também é mais comum na região urbana do que na rural, onde os produtos industrializados têm peso menor na alimentação.
A zona rural apresentou consumo per capita médio maior de alimentos tradicionais, como arroz, feijão, peixe, farinha de mandioca, manga, açaí e batata-doce.
As diferenças socioeconômicas também revelaram alterações no padrão de consumo. Os 25% mais ricos, por exemplo, ingerem mais que o dobro de refrigerantes e salgados fritos ou assados que os 25% mais pobres.
No caso da pizza, essa diferença chega a 15 vezes.
No entanto, os mais ricos também comem quase o triplo de salada do que os mais pobres. Mesmo assim, o consumo é abaixo do ideal.

REGIÕES
A comparação por regiões permite identificar diferentes hábitos alimentares.
Ninguém supera os nortistas, por exemplo, no consumo de peixe, farinha e açaí.
Já o Centro-Oeste foi a região que registrou o maior consumo de carne bovina. No Sul, o destaque é o chá.
No Sudeste, a batata-inglesa é mais presente no cardápio do que em qualquer outra região.
Por fim, 29% dos nordestinos costumam comer milho, contra 8% dos moradores das demais regiões.
O consumo médio calórico foi maior no norte, com variações entre 1.660 e 2.496 kcal. Na média do Brasil, o consumo diário de energia é de 2.044 kcal. (AG e DM)


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