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Melhora da análise genética do feto levanta questões éticas DA EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"O avanço desse tipo de técnica traz em si a pergunta: por que fazer teste de paternidade antes de o bebê nascer? Não seria mais fácil esperar? O artigo americano justifica os esforços por causa dos estupros: segundo o texto, 5% das mulheres que sofrem essa violência engravidam e, às vezes, ficam em dúvida sobre abortar ou não porque não sabem ao certo se o pai é o criminoso ou o parceiro. O médico Ciro Martinhago diz, no entanto, que, de acordo com sua experiência clínica, a maior parte das clientes que vão procurar esses testes antes de dar à luz são as que têm dois parceiros e querem saber de quem é o bebê. Hoje, para determinar a paternidade antes do nascimento, é preciso fazer um teste que colhe líquido amniótico. O exame é invasivo: o material é retirado por meio de uma agulha inserida na barriga da gestante. Esse procedimento traz um risco de 0,5% de causar aborto. Seu uso principal não é para teste de paternidade mas para diagnóstico de males como síndrome de Down. "O exame só se justifica quando o feto tem um risco maior do que 0,5% de ter um problema genético, como é o caso das gestantes com idade acima de 35 anos", afirma Martinhago. "Mas esses bebês que vão fazer teste de paternidade não têm esse risco", diz o geneticista. Por isso, o teste é um perigo desnecessário, daí a vantagem do novo método, que requer só um exame de sangue comum na mãe e uma amostra do DNA do pai. Essa amostra pode ser conseguida por coleta de sangue ou células ou em material descartado como bitucas de cigarro. SÍNDROMES O exame de sangue não vai servir só para paternidade: estudos recentes têm demonstrado a eficácia da análise do material genético do feto tirado do plasma materno para detectar males como síndrome de Down. Uma pesquisa divulgada em fevereiro nos EUA conseguiu usar a técnica não invasiva para diagnosticar síndromes de Down, Edwards, Patau e Turner. Um teste para down já foi lançado em escala comercial no mercado americano no fim do ano passado, causando controvérsia. O temor é de uma maior procura por abortos seletivos de fetos com down, por exemplo, ou de frutos de relações extraconjugais. De acordo com a lei brasileira, o aborto em situações como essas é crime. No país, a prática é permitida em caso de estupro ou se a vida da mãe estiver em risco por causa da gestação. Também é possível abortar legalmente no Brasil se o feto for anencefálico. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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