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"Meu maior medo era sofrer e estou subindo pelas paredes"

Fotos simon Plestenjak/Folhapress
O administrador de empresas Mauro Clozel Ferreira, 58, em sua casa em São Paulo
O administrador de empresas Mauro Clozel Ferreira, 58, em sua casa em São Paulo

DA EDITORA-ASSISTENTE DE “CIÊNCIA+SAÚDE”

A coragem e o otimismo de Mauro Clozel Ferreira, 58, eram nítidos logo após o seminário a que ele assistiu para parar de fumar, na quinta-feira da semana passada.

"A palestra desconstrói tudo o que a gente acha sobre a síndrome de abstinência. Não vou sofrer amanhã."

Mas o sentimento não era o mesmo na terça-feira seguinte, quarto dia sem cigarros depois de 40 anos tragando todos os dias.

"Estou sentindo justamente o que não queria sentir: a boca salgada, a saliva grossa, uma ansiedade. Como é que [dizem que] não se sente nada? Estou quase subindo pelas paredes!"

A história de Ferreira com o cigarro começou aos 16 anos, ainda na escola. "Quando passava o ônibus das meninas em frente à escola, a gente pegava o cigarro, para fingir era homem, independente. Na TV, no cinema, mostravam que era bonito fumar, assim como fazem hoje com a cerveja."

Esta não é a primeira vez que ele tenta parar. Ferreira fez tentativas anteriores com remédios, acupuntura e até hipnose. "Usei também umas ampolas para fazer gargarejo. Se depois você fumava, a boca ficava amarga, horrível, mas eu fazia o maior esforço para fumar."

Para o administrador, que foi de dois maços por dia para zero cigarro sem nenhuma "escala", a diferença agora é que ele sabe exatamente por que está sofrendo.

"Mas saber por que um braço dói não faz doer menos."

Motivos para abandonar o vício ele já tinha, mesmo antes de participar do seminário do Método Fácil.

"Não quero ficar doente por causa do cigarro e já me enchi de fumar. Sempre prezei muito pela minha liberdade e sinto que sou escravo do cigarro. Não tem mais prazer, é obrigação, 'tenho que fumar'. É isso que machuca."

Depois de uma semana sem cigarros, o paulistano está disposto a perseverar. "Não contei para ninguém que parei, para não ter cobrança, para não ficarem perguntando se sinto falta. Mas a verdade é que me cansei de fumar."

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