"Estou feliz da vida; sempre fiz o maior esforço para não fumar"

O empresário Fabiano Leirinha Souza, 38, cultivou por anos uma relação de amor e ódio com o cigarro.

"Fumo desde novo, mas sempre lutei contra." Ele conta que sua mulher e seus amigos detestam cigarro e sempre fizeram marcação para que ele não fumasse.

"Era capaz de ficar meses sem cigarro e, em uma noite, fumar um maço inteiro".

Souza, que é carioca, ficou nesse vaivém até que foi trabalhar em São Paulo, há seis anos. "Quando passei a ficar aqui, sem mulher e sem os amigos que reclamavam, comecei a fumar direto. O tempo foi passando e fiquei escravo, fumando todo dia."

No começo, ele associava o cigarro a uma diversão. "Achava que ia ser fácil controlar, mas, mesmo que ficasse tempos sem fumar, era sempre lutando contra."

Quando viajava para ficar com a mulher, era capaz de ficar até dez dias sem fumar. "Mas, na rodoviária, já comprava e voltava fumando." No último ano, Souza já não conseguia fazer esses intervalos. "Fumava em casa quando minha mulher ia dormir."

Logo depois do seminário, ele se dizia disposto a parar.

"Gostei muito, me fez refletir. O fato de usarmos o cigarro tanto para relaxar quanto para melhorar a concentração mostra que tudo isso é puramente psicológico. É só uma muleta."

Mas e depois de quatro dias sem fumar? "Estou feliz da vida."Agora, ele diz que não pensa mais no cigarro como uma coisa boa da qual ele está se privando. "Penso que ele só traz coisas ruins."

Souza, que estava acendendo entre 20 e 25 cigarros por dia antes de parar, passou os primeiros dias sem desconforto físico. Sentiu vontade de fumar antes de reuniões, mas nada grave. "Já estou respirando melhor."

Ele diz que está tão seguro que já foi até encontrar amigos fumantes em um bar, ficou na "rodinha" do cigarro e não sentiu vontade. "Antes, quando eu parava, ficava evitando esses contatos sociais. Mas fui, vi o pessoal fumando e pensei que eles estão perdendo dinheiro e saúde."