São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010 |
Próximo Texto | Índice
Semana do Leitor leitor@uol.com.br
Aborto
A carta da leitora Elisa Siebert (26/5), que critica a Folha pelo editorial "O dilema do aborto" (Opinião, 25/5), é um exemplo típico da confusão de achar que estar a favor de ampliar os permissivos legais para o aborto no Brasil é estar contra o feto e "a favor do aborto". Nos países onde é legalmente permitido, o aborto não aumentou. Proibir por lei não reduz o número de abortos, e liberalizar a lei não os faz aumentar. Países como França, Itália e Turquia vêm diminuindo a taxa de aborto por mulheres em idade fértil desde que a lei se tornou mais permissiva. Nos países da Europa Oriental, a taxa de abortos caiu de 90/1.000 para 41/1.000 em oito anos, uma vez que melhorou o acesso aos métodos anticoncepcionais. Essa é a principal intervenção para reduzir os abortos, defendida por todos os que são realmente "contra" e, infelizmente, atacada por pessoas que acreditam estar defendendo o feto. Punir a mulher que pratica um aborto apenas aumenta a mortalidade e as complicações. Ao fazer um plebiscito sobre o assunto, a pergunta deveria ser: o(a) senhor(a) acha que a sua amiga, conhecida ou parente que interrompeu a gestação deveria ir para a cadeia? ANÍBAL FAÚNDES, professor titular aposentado de obstetrícia da Unicamp e coordenador do Grupo de Trabalho para a Prevenção do Abortamento Inseguro da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Campinas, SP) Próximo Texto: O Brasil e o Irã Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |