São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

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MODA

Roupinhas difíceis

por ALCINO LEITE NETO

Reservada e avessa a badalações, só recentemente a estilista Camila Cutolo, 32, venceu o medo de dar entrevistas e se deixar fotografar. Estava na hora. Há sete anos e meio à frente da grife Maria Garcia, a linha jovem da Huis Clos, ela é um dos nomes mais promissores de sua geração -e o primeiro desfile da grife na São Paulo Fashion Week, em junho, deixou isso bem claro para o meio da moda. Criada em 2001, a Maria Garcia tem lojas na rua Oscar Freire e no shopping Iguatemi, em São Paulo, e se prepara para abrir mais uma no shopping Cidade Jardim.

Camila nasceu na cidade de Botucatu (interior de São Paulo) e vive na capital há 17 anos. É vegetariana, gosta de andar descalça, de jardinagem e de cuidar de bichos. Mora com duas gatas, Olívia e Charlotte, e participa da Sociedade Protetora dos Animais de São Paulo. Não liga muito para a moda da tecnologia. Só checa e-mails uma vez por dia e jamais se preocupa em ter o celular do momento. Usa o computador sobretudo para baixar música. Mesmo assim, ainda preserva sua coleção com mais de 500 discos de vinil, alguns muitos raros, como os de The Cure e David Bowie, seus ídolos de adolescência.

Sua trajetória profissional é tortuosa. Formou-se em administração de empresas pela PUC e chegou a trabalhar no Bank Boston. Durante uma viagem à Europa, decidiu que iria fazer moda, fez cursos na escola St. Martins, em Londres e, ao retornar ao Brasil, tornou-se assistente de uma consultora de estilo.

Foi Clô Orozco, dona da Huis Clos, quem apostou em Camila e a contratou quando decidiu abrir sua segunda grife, a Maria Garcia. "Foi uma surpresa para mim ser contratada como estilista. Também foi uma grande sorte, por ter a Clô ao meu lado. Ela foi paciente e me ensinou tudo", conta.

As criações de Camila são joviais e delicadas, mas ela faz questão de que tenham sempre certa estranheza. "Essa é uma das características que eu não gostaria que a grife perdesse, é o que dá personalidade às roupas. Por sorte minha, a Clô trabalha com paixão, não apenas para vender, e não liga quando eu faço umas roupinhas mais difíceis", brinca.

(com CAMILA YAHN)

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