São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

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TERETETÉ

Gata por lebre

por TETÉ RIBEIRO, de Washington

A musa cult Anna Faris é o corpo e a mente por trás (e pela frente) do filme "A Casa das Coelhinhas", que estréia dia 10 de outubro e conta a história de uma coelhinha que é expulsa da Playboy Mansion e encontra abrigo em uma casa de estudantes universitárias. Tivemos esta conversa pelo telefone:

Sua biografia no IMDb (site-enciclopédia de cinema) foi mesmo escrito pela sua mãe?

É, eu morro de vergonha. Meus pais me apóiam muito, às vezes até demais. Eu nunca li, mas ela me contou que escreveu e já me disseram que continua lá.

A idéia de fazer esse filme é sua. Ela esconde um desejo secreto de ser uma coelhinha?

(Risos) Sempre olhei com curiosidade aquele mundo surreal criado por Hugh Hefner. Achei que o que acontece quando uma das meninas sai de lá e volta a viver no mundo real podia ser a premissa de uma história divertida.

Qual é a idade limite das namoradas de Hefner?

Ninguém me confirmou isso. Acho que não há regra escrita, mas garanto que não vi nenhuma coelhinha com mais de 35 anos lá.

É verdade que você foi a encontros com executivos dos estúdios vestida como a personagem para conseguir financiamento?

Eu fazia a performance completa, falava como a personagem, tentava pensar como ela. Não tinha o figurino definitivo, mas usava uma saia bem curtinha e um top justo com sutiã de enchimento.

Como convenceu o Hugh Hefner a participar do filme e ceder a mansão?

Ele adorou a idéia. Era engraçado ver aquele homem de pijama o tempo inteiro rodeado pelas três namoradas, as "girls next door", como ele chama. Cada uma tem o seu quarto, e elas são chamadas ao quarto dele de vez em quando para encontros a dois, três, quatro...

Ele te paquerou?

Não, mas acho que olhou bem menos para o meu rosto do que para os meus peitos (risos).

Alguma coisa na Mansão Playboy te surpreendeu?

Óleo de bebê espalhado por todos os lados, e nenhum bebê...

Depois de quatro filmes da série "Pânico", alguma cena ainda te constrange?

Não mais. Mas quando fui ver o primeiro no cinema com os meus pais, combinamos antes que quando eu dava um sinal eles saíam da sala e iam comprar pipoca ou usar o banheiro. Só nas cenas de sexo.

Você alguma vez falou com a Cameron Diaz sobre a sua personagem em "Encontros e Desencontros", que é baseada nela?

Nunca encontrei com ela. Não sabia nada sobre essa história até começar a divulgar o filme e ouvir isso dos jornalistas. Fiquei mal na época, sem saber se devia pedir desculpas. Acabei não fazendo nada. Se um dia eu der de cara com ela, sei lá, talvez eu toque no assunto.

O que aconteceu com seu 'stoner movie' (gênero que tem a maconha como tema) "Smiley Face", do ano passado? Foi aos festivais de Cannes, Toronto, Sundance, teve ótimas críticas e não estreou no cinema.

Adoro aquele filme, não sei direito o que aconteceu. As explicações envolvem alguma mudança na política do estúdio, nunca dá para entender. Saiu em DVD nos EUA, espero que chegue logo ao Brasil.

Os personagens principais dos 'stoner movies' são quase sempre homens. Você acha que esse é um gênero machista?

Tenho certeza. Por isso foi tão divertido viver uma menina chapada, achei que seria inovador. E foi mesmo, quem conseguiu ver gostou, virou meio um cult.

Um de seus próximos projetos, "Observe and Report", tem o Seth Rogen, o novo galã das comédias. Vocês podem ser a Meg Ryan e o Tom Hanks do século 21...

Acho que somos muito boca-suja para ocupar o lugar de queridinhos da América. Mas quem sabe? Dizem que o mundo está mudando, eu pago para ver. Ou melhor, eu ganho pra ver (risos).

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