São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

Próximo Texto | Índice

ÍCONE

loira gelada

por KID VINIL

Com quatro décadas de carreira, Debbie harry, a roqueira que foi “sex symbol” da new wave nos anos 1970, completa 65 anos

Village, era amiga de Andy Warhol, fazia fama no bairro Bowery e no lendário clube CBGB's, onde os grupos Talking Heads, Television e Ramones também começavam suas carreiras. Chegou até a ganhar uma boneca da linha Barbie Ladies of the 80's.
Seus olhos pareciam os de uma rainha do gelo. Se o olhassem fixamente, eles o transformariam em uma pedra gelada. Não existia sossego em seu olhar, nem fervor ou atração. Ela cantava com clareza e nervosismo.
Nós éramos punks, usávamos alfinetes, cabelo colorido, roupas vintage, exóticas e rasgadas. Mas queríamos um rock'n'roll inteligente. E o sexteto Blondie começava a aparecer com músicas como "Denis", "(I'm Always Touched by Your) Presence, Dear" e "Sunday Girl", com refrões fortes, teclados incríveis e uma bateria pulsante. Só nos restava dançar e cantar junto como se fôssemos um bando de nerds num "karaoke". Nós éramos vidrados em Debbie Harry.
Sua banda, Blondie, conquistou os EUA com a canção dançante "Heart of Glass", com arranjo calcado nas embalagens eletrônicas produzidas por Giorgio Moroder para Donna Summer. No Brasil, a música entrou na trilha da novela "Pai Herói" (1979).
Debbie foi assunto nas colunas sociais na década de 1980 e capa de muitas revistas. Era uma estrela, símbolo da moda em locais badalados como a rua St. Mark's Place, onde lojas como a Trash & Vaudeville criavam figurinos para os shows no CBGB's. Essa foi a vida que Debbie sempre quis.
Adotada por um casal de New Jersey, quando criança, ela achava que Marilyn Monroe era sua mãe. Aos 12 anos, começou a tingir o cabelo. Primeiro umas mechas violeta, depois loiro. E, quando perguntavam o que seria quando crescesse, respondia: "Famosa, o que mais?".
Foi coelhinha da "Playboy", dançarina do lendário Playboy Club, de Hugh Hefner, criador da revista, e garçonete do Max's Kansas City, das casas de rock das mais badaladas de Nova York nas décadas de 1970 e 1980.
Aos 65 anos, completados em julho, continua linda. Ainda bem que não seguiu uma de suas frases mais famosas: "die young, stay pretty". Morra jovem e fique linda.

Próximo Texto: FINO: Cauã Reymond, o feio
Índice



Clique aqui Para deixar comentários e sugestões Para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É Proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou imPresso, sem autorização escrita da Folhapress.