São Paulo, domingo, 25 de Setembro de 2011

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DNA

Drama e Comédia

por Paula Bianchi

No porão da casa, um palco. As irmãs Bel, ana e Clara até pensaram em seguir outro caminho, mas quando viram já atuavam como os pais, Paulo José e Dina Sfat (1938-1989). Sempre que possível, juntos

Bel Kutner, 41, atriz
O trabalho do seu pai a influenciou? Não tenho como me nortear sem ele. Eu sou uma extensão da família dele junto com a família da minha mãe [a atriz Dina Sfat].
Quando você se vê agindo como ele?
Quando tenho de escrever. As cartas e os e-mails dele são muito legais. O humor é coisa que a gente compartilha. E meus pés, minhas pernas são iguais aos dele!
Como vocês lidam com a doença dele [mal de Parkinson]?
Ele nos ensinou a lidar com tudo como homem. A doença está supercontrolada, mas atrapalha o trabalho. Não é fácil, mas ele é muito para cima.

Paulo José, 74, ator e diretorTer filhos ajudou na carreira?
Filho é um estorvo. Nunca é planejado. A gente estava trabalhando, e a Dina engravidava. Era um problema, tinha que filmar só da barriga pra cima.
Dá pra ser amigo delas?
Sempre fomos muito amigos. Quando as meninas eram adolescentes vieram morar comigo. É o pai que leva a criança para o mundo. A mãe quer proteger. A Dina ficava preocupada que elas saíssem, mas eu dizia "deixe que saiam".
As três disseram que você sempre foi doce. Como você vê isso?
Deveria ter sido mais duro. Doçura pode ser confundida com irresponsabilidade.

Ana Kutner, 40, atriz, diretora e produtora
É possível ser filha de atores e não seguir esse caminho?
Não é regra, mas facilita. A gente transita pela profissão, mas é uma escolha individual. Sua história você não herda.
Qual o trabalho dele de que você mais gosta?
"Macunaíma" [filme de Joaquim Pedro de Andrade, de 1969]. Acho incrível.
Gostava de ter um pai famoso quando era criança?
Isso não fazia nenhuma diferença. A fama dele não era gratuita. Aprendi com meu pai e minha mãe que fama é a consequência de um bom trabalho.

Clara Kutner, 36, atriz e diretora
O quanto o trabalho do seu pai influenciou você?
Eu ia muito com ele à ilha de edição. Hoje sou diretora e fico horas dentro de uma ilha, feliz da vida. Mas também faço dança flamenca, minha avó paterna é espanhola. Sou ligada às raízes.
Gostava da fama dele na infância?
Achava chatérrimo. Minha mãe ia ao colégio, ele também, e todo mundo parava para olhar. Odiava isso.
Como é trabalhar em família?
Já trabalhei com cada um deles. É muito legal, mas tem que respirar fundo. Com mais intimidade vem mais discussão.

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