São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009

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POP UP

Yael Naïm canta em francês e hebraico e conquista ouvidos pelo mundo

por YAEL NAIM

À FRANCESA

Sensação na europa com uma mistura de ritmos, a cantora franco-israelense passou dois ano no Exército antes de sua música virar hit

À primeira vista, Yael Naïm, 31, parece frágil, tímida –faz parte do seu charme. E, talvez, por vencer essa timidez, ela tenha virado cantora e se tornado a maior surpresa musical de 2008. Seu segundo CD, "Yael Naïm", foi duas vezes disco de ouro e teve mais de 150 mil cópias vendidas só na França, numa época em que as vendas caíram 60%. Sua música "New Soul", em hebraico e inglês, foi uma das mais tocadas nas rádios (do underground ao "mainstream") no ano passado e entrou no top 10 americano, uma raridade para uma produção francesa –e uma novidade para uma cantora israelense.

Yael vem de longe. Nascida em Paris de pais tunisianos, mudou-se para Israel aos quatro anos, onde estudou piano clássico por uma década. Na adolescência, ficou fissurada por jazz e pela cantora canadense Joni Mitchell. Durante a estadia obrigatória de dois anos no Exército, montou sua primeira banda, The Anti Collision, meio pop folk, com a qual cruzou Israel.

Pela primeira vez, desde 1984, voltou a Paris em 2000 para um show beneficente. Quatro dias mais tarde, fechou contrato com a gravadora EMI e, logo depois, integrou o elenco do musical "The 10 Commandments". Então, ela se radicou em Paris, e se seguiram dois anos de contrastes: sucesso nos musicais blockbusters e fracasso num disco que passou despercebido. Yael ficou desiludida. Queria ser reconhecida como artista com trabalho próprio.

Veio então o encontro com o mago, David Donatien, percussionista e arranjador do subúrbio parisiense, com raízes na Martinica e amante da cultura jazz e afro. Assim que se conheceu, o casal se trancou no apartamento de Yael, na Bastilha, e o transformou num estúdio, onde gravou um disco junto. Yael, que confessa ter sido, até então, alérgica ao ritmo, foi contagiada pelo groove de David e de seus amigos músicos. Ela compunha em inglês e, pela insistência de David, em hebraico. Ele arranjava tudo, num clima acústico com toques de electro, bem delicado.

O álbum saiu em 2008, por um selo independente, porém forte em buscar novos talentos. O charme do disco opera na hora. Surge uma nova estrela e, ao mesmo tempo, um duo bastante criativo, avesso às colunas sociais.

Símbolo dessa vontade de ficar longe da badalação, o casal se mudou para o subúrbio de Paris. "Temos espaço, um estúdio caseiro e, nos arredores, mora bastante gente boa, longe dos clichês de conflitos e do mal-estar das áreas suburbanas", diz Yael. "Assim, ficamos mais abertos à cultura das vizinhanças africanas, asiáticas, árabes. Isso nos dá uma maior disponibilidade de espírito."

Em novembro, Yael traz sua música a São Paulo, em shows que integram a programação de encerramento do Ano da França no Brasil.

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