São Paulo, Domingo, 27 de Maio de 2012 |
| |||
Próximo Texto | Índice
ENSAIO PINTURAS ÍNTIMASpor Cassiana Der Haroutiounian Miguel Rio Branco, um dos mais prestigiados fotógrafos brasileiros, abre seu acervo na chácara em que mora, em araras (RJ), e seleciona para serafina imagens nunca publicadas Quem é Miguel Rio Branco Por Lívia Aquino especial para a Serafina Miguel Rio Branco é fotógrafo, artista plástico e diretor de fotografia. Nasceu na Espanha, em 1946, filho de um diplomata brasileiro em serviço. Sua obra pertence a importantes acervos públicos e privados no Brasil e no exterior. E é o único fotógrafo brasileiro que participa da agência de fotografia Magnum, a mais prestigiada do mundo, fundada por Cartier-Bresson. É autor dos livros “Dulce Sudor Amargo” (1985), “Nakta” (1996), “Miguel Rio Branco”, “Silent Book” (1997) e “Entre os Olhos, o Deserto” (2001). Recebeu prêmios como o Prix du Livre Photo, na França, e participou de exposições em instituições como o Centro Pompidou, o museu Stedelijk, a fundação Aperture, o Museu de Arte de São Paulo e a Bienal de São Paulo. Ganhou, inclusive, um pavilhão em Inhotim. A ObraEssa não é uma fotografia que pretende mostrar algo já evidente, que se poderia ver por aí. É uma história criada por Miguel Rio Branco. Suas imagens continuam a acontecer após a tomada, no trabalho da edição, no livro, nas instalações. Quando começou a despontar, nos anos 1980, talvez não houvesse nada tão inquietante na fotografia contemporânea brasileira. Miguel Rio Branco fotografa texturas, animais, vultos e restos de uma sociedade e, assim, constrói uma temática que perpassa as questões de seu tempo –cruel, pontual e inevitável. Ele opera em um espaço localizado entre as imagens, lugar de difícil definição. Nada é simples nesse terreno. Marcas, cicatrizes e corpos criam metáforas e não se reduzem aos seus limites. As analogias criadas pelas justaposições das imagens dissolvem os elementos, criando equivalências e tensões entre uns e outros, revelando um sujeito ou um lugar que não se dava a ver naquilo que foi registrado. Não espere encontrar um início ou um fim nessas histórias, elas ocorrem permanentemente nesse fluxo que é a própria vida. Pode se olhar essa obra como um labirinto, encontrando um trabalho dentro do outro, a cada mirada. Nesse entrelaçamento, Miguel Rio Branco faz as relações criarem ritmo e significado, destacando esse lugar que descortina entre as imagens. Lívia Aquino é fotógrafa e pesquisadora do campo da imagem. É doutoranda em artes visuais e mestre em multimeios pela Unicamp e autora do blog Dobras Visuais. Texto Anterior: FINA: Entrevistamos uma das artistas mais poderosas do mundo, por Dean Goodman. Próximo Texto: FINO: Um arquiteto em busca da casa múltipla, por Alcino Leite Neto.
|
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É Proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou imPresso, sem autorização escrita da Folhapress. |