São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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PASSARELAS

Tempo de contrastes

por VIVIAN WHITEMAN

Grifes do Fashion Rio e da São Paulo Fashion Week se livram das tendências rígidas e diversificam propostas para o próximo verão

As cores acendem e apagam. A silhueta flui e endurece. A imagem oscila entre a doçura e a força. Na temporada verão 2009/10 das semanas de moda brasileiras, nada de fórmulas únicas ou tendências rígidas como algemas. O mercado, que não é controlado por pessoas ingênuas, descobriu que a variedade de propostas rende –e vende– mais.

Assim, os estilistas do Fashion Rio e da São Paulo Fashion Week escolheram seus times e desceram para a arena da moda com ideias contrastantes. Nada de muito inovador em nenhum dos lados, o que obrigará as consumidoras ávidas pelo “último grito” da moda a se contentarem com pequenos suspiros de novidade: é preciso ter olho para os detalhes.

O jogo colorido de rosas e beges, imitando a pele nua de moças claras, ao lado de cores vibrantes tomou conta das cartelas dos desfiles. Cítricos injetaram vitamina C nas coleções, dividindo espaço com um banquete de vermelhos e rosas quase comestíveis. Outra estrela foi o marrom-chocolate, em sintonia com nossas beldades negras “da pele cor da noite, lisa e reluzente”, como disse o poeta Brown.

As silhuetas foram do verão-camiseta com looks soltos e molinhos da Osklen às ombreiras duras e poderosas das “quarterbacks” de Alexandre Herchcovitch e encontraram um ponto de síntese no movimento-parado dos vestidos a la Frank Gehry de Gloria Coelho.

Os materiais foram essenciais para criar os poucos “novos efeitos” desta temporada. Em especial, vale destacar a ráfia, que ganhou outros contornos nas mãos dos estilistas. Na Maria Bonita, que mostrou uma coleção inspirada nas feiras livres, a matéria-prima das tradicionais sacolas coloridas ganhou padrões xadrezes e ares sofisticados. No desfile de Reinaldo Lourenço, chegou ao patamar do luxo.

Mais perto da unanimidade ficaram os comprimentos mini, preferência nacional desde as tangas de Iracema. As tangas, aliás, saíram de cena, dando lugar a estranhas calçolas de praia cheias de drapeados que nada têm a ver com a areia. A moda praia foi salva por Lenny e Salinas no Rio e, em São Paulo, só ganhou vida nas mãos de Dudu Bertholini e Rita Comparato, da Neon, numa linha matadora de maiôs, com direito a um escandaloso triquíni fio-dental.

Na coletânea de imagens que segue nas próximas páginas, os hits de verão que devem entrar em cena quando a chapa ferver. No laranja-pinga-fogo ou no geladinho de limão, o importante é deixar queimar. Quente-frio, sim; morno, jamais!

PISCA-PISCA

Os tons nude, que variam entre o bege e o rosa-pele, fazem o contraponto perfeito com os vermelhos intensos, os laranjas e os cítricos acesos. A ideia é brincar de misturar as cores iluminadas com as apagadas ou então investir em looks monocromáticos ousados. Os nudes caem bem em moças bronzeadas e compõem modelos românticos; já o mix de cítricos e quentes é feito sob medida para saborosos jogos de verão.

CURTA-METRAGEM

O mini é o comprimento oficial do próximo verão. Minissaias, microvestidos e shortinhos no limite da imaginação apareceram nas principais passarelas de Rio e São Paulo. Para compensar tanta pele à mostra, a dica é esconder um pouco o colo, segurar o decote e compor o visual com casaquinhos comportados ou mangas longuetes. Nos pés, os saltos ajudam a alongar a sihueta e aumentam ainda mais a temperatura.

ALFAIATARIA REDUX

O alfaiate pirou e recortou os shapes de casacos, blazers, casacas e calças, criando pequenas novidades num dos setores mais tradicionais do guarda-roupa. Além do jogo de comprimentos, a diversão vem em cores alegres e novos materiais, como o tecido que imita a ráfia rústica usada para ensacar alimentos e fabricar sacolas de feira. O colete reaparece, agora em versão top curto, deixando uma sugestiva faixa de pele à mostra.

HOMENS DE BRANCO

Do “summer” revisitado às versões desconstruídas e recortadas, os ternos apostam no branco para dias de sol mais iluminados. Continua valendo a ideia de combinar o blazer com uma bermuda bem cortada, proposta que vem ganhando espaço nas passarelas.



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