São Paulo, Domingo, 29 de Janeiro de 2012

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CINEARQUITETURA

Brasileira radicada nos EUA, Leticia Wouk Almino é uma das promessas da nova arquitetura. entre suas referências estão os cineastas Antonioni e Hitchcock

A revista britânica "Wallpaper", prestigiosa publicação de arquitetura e design, selecionou em sua edição de janeiro oito jovens arquitetos de todo o mundo nos quais vale a pena prestar atenção. Entre eles -única mulher e único nome brasileiro da lista- está Leticia Wouk Almino.
Nascida em Curitiba há 25 anos, Leticia vive nos Estados Unidos desde os 18. Formada na Universidade Yale no ano passado, foi logo contratada para trabalhar no escritório de Robert A. M. Stern, um dos principais nomes da arquitetura pós-moderna americana.
As referências de Leticia, entretanto, passam bem longe do pós-modernismo. Vêm das criações do americano Louis Khan (1901-1974), da dupla de arquitetos suíços Herzog & de Meuron e, na arquitetura brasileira, de Lina Bo Bardi (1914-1992) e Paulo Mendes da Rocha. "Gosto de projetos que dialogam com o contexto urbano e que estabelecem tensões entre o antigo e o atual", afirma.
As artes plásticas e o cinema são outras fontes do trabalho da arquiteta. Filha da artista plástica Bia Wouk, ela é também desenhista (suas belas aquarelas podem ser vistas no blog leticiaa drawingaday.tumblr.com).
No cinema, encontrou a sua "pátria arquitetônica", como ela define. "Por ter vivido em lugares diferentes, os filmes são a memória espacial que carrego comigo." Em particular, os do italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007) e os do inglês Alfred Hitchcock (1899-1980), "com seus espaços grandes e vazios, vistos em longas perspectivas".
Por causa do trabalho do pai, o diplomata e escritor João Almino, Leticia viveu mais tempo no exterior do que no Brasil: Washington, San Francisco, Lisboa, Londres... Atualmente mora em Nova York e visita de vez em quando o país, em geral para ver arquitetura -um de seus trabalhos em Yale foi sobre a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi.
As construções em São Paulo provocam ao mesmo tempo entusiasmo e irritação em Leticia. "Há verdadeiras pérolas. A cidade viveu um grande momento arquitetônico nos anos anteriores a 1970. É uma pena que, hoje, exista tão pouca inovação e a cidade seja cheia de shoppings horríveis e prédios com mansardas francesas. Espero que essa mentalidade mude logo", diz.


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