São Paulo, Domingo, 29 de Abril de 2012

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CINEMA

DO INDIE AO CINEMÃO

por Fernanda Ezabella, de Los Angeles

Greta Gerwig escreve, dirige e atua. Agora, Hollywood e Woody Allen a descobriram.

Por falta de trabalho, Greta Gerwig resolveu escrever seus próprios filmes. Meia dúzia de produções ultraindependentes depois, a atriz de 28 anos começa a colocar os pés no cinema mais comercial.

Ela está na comédia inédita de Woody Allen, “Para Roma, com Amor”, estreia de junho no Brasil, e é a protagonista de “Damsels in Distress” (previsto para estrear no final do ano, ainda sem título em português).

Foi em 2011 que seu rosto redondo, enquadrado por madeixas loiras, passou a ficar em evidência. Após fazer o pouco visto “Greenberg” (2010), com Ben Stiller, ela viveu a melhor amiga de Natalie Portman em “Sexo sem Compromisso” e a namorada de Russell Brand (ex-Kate Perry) em “Arthur - O Milionário Irresistível”.

Os três renderam mais de US$ 100 milhões cada um, valor inimaginável para seus trabalhos anteriores: o mais lucrativo deles é “Baghead”, uma história de terror que vendeu US$ 140 mil em ingressos. O pequeno longa é parte de um movimento da metade dos anos 2000, apelidado

“mumblecore” (algo como “núcleo do murmúrio”), de trabalhos feitos entre amigos, com diálogos realistas e orçamento tendendo a zero.

“Hannah Takes the Stairs” (2007) e “Night and Weekends” (2008) são outros exemplos, os dois com roteiro de Greta, que também estrelou ambos e codirigiu o segundo, sobre um casal que mantém um relacionamento à distância.

“Amo atuar em roteiros de outras pessoas, mas não quero parar de escrever meu material. Gostaria de dirigir mais também, mas fico intimidada, é uma profissão dominada por homens”, diz Greta, vestindo saia amarela abaixo do joelho e blusa branca.

“Mas minha amiga Lena Dunham está liderando o caminho”, ela continua, sobre outra cria do “mumblecore”, uma atriz de 25 anos que acaba de lançar a série “Girls”, na HBO, e dirigiu o longa “Tiny Furniture” (2009). “Os homens têm ansiedade de influência e nós, ansiedade de autoria.”

Com talento para a comédia, Greta parece avoada durante a entrevista, seus olhos virados para o teto, talvez apenas esperando o momento certo para dizer algo engraçado. Quando o faz, dá apenas um sorriso, enquanto os outros riem.

No filme novo de Allen, ela está em Roma com o namorado (Jesse Eisenberg) e resolve hospedar uma amiga solteira (Ellen Page), numa rede de histórias que envolvem Alec Baldwin, Penélope Cruz e Roberto Benigni.

Já em “Damsels in Distress”, Greta carrega o filme nas costas, numa personagem estranhamente divertida, cujo sonho é inventar uma dança que vire febre mundial. Enquanto isso, ela dá aulas de sapateado para curar colegas deprimidos da faculdade. “Há algo nela em que me vejo muito, mas não sei se teria coragem de ser tão esquisita”, diz.


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