São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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ANAGRAMA

Sou a Paula Lavigne do Roberto Carlos

por ANA RIBEIRO

Dody Sirena (de Jorge Sirena Pereira), 48, gaúcho de Caxias do Sul, é o caminho mais curto até Roberto Carlos. Empresário, amigo e sócio do cantor, ele trabalha com o Rei há 16 anos. Roberto já era majestade quando Dody o conheceu. Mas multiplicou seu patrimônio depois que o empresário passou a cuidar de sua carreira, seus investimentos e seus negócios.

Tínhamos de escolher uma data para definir o início da carreira de Roberto. Decidimos pelo seu primeiro contrato, em 1959, para ser “crooner” da banda que tocava na boate Plaza, em Copacabana.

Roberto não gosta de surpresas, de ser pego desprevenido e não saber direito como se comportar. Mas já me surpreendeu, apareceu sem avisar no meu aniversário de 47 anos em Porto Alegre e cantou “Amigo” à capela.

Roberto é contratado da Globo há 34 anos. Seu contrato é exclusivo, ele não pode participar de nenhum programa em outro canal de televisão. Em 1994, rompeu a barreira para dar entrevista para o Jô Soares, no SBT. A audiência foi para as alturas e naturalmente incomodou a Globo.

É uma batalha conseguir uma entrevista com ele. Por senso de justiça, Roberto considera que, se atender um pedido, terá de atender todos. Tem jornalista na fila de espera há 15 anos.

Quando começamos a trabalhar, a média de shows era de 110 por ano. Hoje, limitamos a 40 ou no máximo 50 por ano. Sou considerado “a Paula Lavigne” de Roberto Carlos, só não uso saia.

Os boatos sobre sua vida amorosa não o incomodam. O raciocínio dele é assim: se forem verdadeiros, vão ser comprovados. Se não tiverem fundamento, desaparecem naturalmente.

Ultimamente, a espontaneidade de Roberto surpreendeu a mim, à imprensa e ao público. Ele declarou que fez chapinha no cabelo, que fez plástica no pescoço, que é a favor do casamento gay, que aderiu à prática de “ficar” no lugar de namorar, que tem pavor da velhice.

Como fica muito em casa e em hotéis, ele vê o mundo pelaTV, vê todas as novelas. Fica indignado quando o autor favorece o bandido. O cara que dá o golpe e se dá bem, o esperto que tem uma mulher e está com a outra.

Eu mesmo articulei a proibição da biografia não-autorizada. Roberto se sentiu afrontado por ela. Se o autor, como diz, acompanhou toda a sua carreira, sabe que ele nunca falou do acidente e nenhum jornalista no mundo, em 50 anos, teve o atrevimento de perguntar. O Roberto que diz: só eu sei a minha história. Aliás, muitas pessoas pensam que é uma jogada de marketing: será que o Roberto tem mesmo um problema na perna?

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