São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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TERETETÉ

Por TETÉ RIBEIRO, de Washington

Dois segredos e uma mulher

A atriz Hope Davis esconde dois dos grandes mistérios das artes norte-americanas hoje. Um na TV, outro no teatro. Em cartaz na Broadway, no drama “God of Carnage”, da francesa Yasmina Reza, ela tem deixado público e crítica intrigados com um truque de cena que ninguém consegue explicar. A trama se passa numa noite em que dois casais do Brooklyn se encontram para conversar civilizadamente sobre a surra que o filho de um deu no filho do outro. Sua personagem, que está no palco desde o começo da peça com uma roupa sem bolsos e as mãos sempre à mostra, em uma cena solta um volumoso vômito em jato que suja toda a mesinha de centro do outro casal. De onde vem aquele monte de líquido cremoso com pedacinhos de coisas bege que sai voando com força da sua boca? O?nojo coletivo da plateia vira piada por causa do enigma, que a atriz se recusa a desvendar.

O segundo suspense vai ser solucionado sem que ninguém tenha que sair do sofá. Acontece na segunda temporada da série “Em Terapia”, que a HBO Brasil começa a exibir amanhã, 1º de junho, às 21h30. Nele, Hope Davis é Mia, uma nova paciente do dr. Paul Weston, o adorável psicanalista interpretado por Gabriel Byrne. Mia conhece o médico há 20 anos, quando se tratou com ele pela primeira vez. Agora, aos 43, culpa-o por não ter nem filhos nem um grande amor. Dr. Paul, separado da mulher, pode ser a solução para, pelo menos, um dos problemas. Basta parar de cobrar as consultas e romper o juramento de Hipócrates…

Neil Patrick Harris

Repita comigo: Neil Patrick Harris. É o nome do ator mais interessante da TV americana atualmente. OK, um dos mais. Certamente o mais ousado, já que é um dos poucos gays que assume sua orientação sexual e ainda consegue atuar como mulherengo na TV aberta, na ótima série “How I Met Your Mother” (as três primeiras temporadas estão disponíveis em DVD no Brasil). Aos 35 anos, atua há 20 em filmes, na TV e no teatro, e, neste ano, foi escolhido para apresentar o prêmio Tony, o Oscar da Broadway, no dia 7 de junho. No cinema, fez duas participações especiais como uma versão amalucada dele mesmo nos dois filmes da série “Harold e Kumar”, em 2004 e 2008. E se une de novo à dupla no ano que vem, quando o ator Kal Penn, o Kumar da história, termina seu trabalho como diretor associado de relações públicas no governo Obama e volta a atuar. Na internet, está disponível o trabalho mais fofo do ator, o “Dr. Horrible’s Sing Along Blog”, um mix de comédia romântica musical com ficção científica de média-metragem que virou hit da rede. Vai ver: www.drhorrible.com

Sabe aquela do chiuaua?

Não sei nem contar quantas vezes durante a década de 90 eu ouvi variações da seguinte historinha, teo-ricamente verdadeira: um amigo tinha ido pela primeira vez à casa dos pais da namorada, que tinham um cachorrinho de latido ardido, xodó dos sogros. Uma hora, sem perceber, sentou em cima do bicho, que morreu na hora. Pois não é que a piada chegou a Hollywood, nas versões drama e comédia? Em uma das temporadas finais da série “The Sopranos”, o mafioso Chris Moltisanti comete homicídio culposo sob efeito de heroína quando se joga em cima do cachorrinho da namorada. A versão comédia acontece no longa “Easy Virtue” (sem data de lançamento no Brasil), com Kristin Scott Thomas, Colin Firth e Jessica Biel. Essa última é a assassina do chiuaua dos outros dois, pais de seu marido. O filme é baseado em peça de Noel Coward e dirigido por Stephen Elliot, de “Priscilla, a Rainha do Deserto”. Em entrevista em Nova York, da qual esta coluna participou, o diretor disse que, há anos, tenta incluir a cena do cachorrinho em um de seus filmes, história que aconteceu de verdade com um amigo dele nos anos 90… Então tá.



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