Viver na Campus

Há uma semana, cheguei ao Anhembi com uma mochila de roupas, meu notebook e uma missão pouco confortável: transformar o local em endereço fixo pelos próximos dias, durante a Campus Party, e narrar o dia a dia das pessoas acampadas no evento.

Nos dois primeiros dias, o calor e as falhas na conexão -de 20 gigabits por segundo, a mais rápida de todas as edições do evento- atrapalharam tanto a minha quanto a vida dos demais campuseiros.

A experiência serviu para derrubar três mitos. Primeiro, diferentemente do que pensava, as barracas são capazes de comportar duas pessoas. Segundo, os campuseiros (alguns deles) namoram. E, por fim, percebi que quem gosta de tecnologia é bastante sociável.

Casa

A barraca tinha pouco mais de 2x2 metros e era forrada somente por um plástico preto. Campuseiros usavam suas toalhas para identificá-las de longe

Clima

A partir do segundo dia, foram postos enormes ventiladores na área de palestras para amenizar o "efeito estufa". Nas barracas, pela manhã, a temperatura beirava o insuportável

Corujão

Sem palestras para atrapalhar, o evento ficava agitado mesmo após a meia-noite, com gincanas, música alta e o grito de guerra dos campuseiros. Dormir era um detalhe

Comida

Com micro-ondas à disposição e praça de alimentação 24 horas, havia várias opções "saudáveis" para se alimentar no Anhembi, como cachorro-quente e pizza

Banho

Os chuveiros tinham água fria e cortinas que precisavam de fita crepe para fechar. Isso não foi um problema grave, já que alguns campuseiros não tomavam banho

Sexo

Segundo a organização, 30% dos presentes no camping eram mulheres -muitas acompanhadas e dividindo barraca. Games não foram a única diversão por ali

Arte

Campuseiros como Alexandre Freitas, na foto, mostravam orgulhosos suas criações. Ele fez um PC de fibra de vidro na forma do Homem de Ferro com 1,80 metro de altura