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Análise

Novo Office é peça-chave em estratégia da Microsoft

Com integração à nuvem, empresa tenta fortalecer seu ecossistema

Em aplicativos de produtividade, seria desastroso priorizar uma interface de toque. Mas
ela poderia ser melhor

EMERSON KIMURA
DE SÃO PAULO

A Microsoft apresentou no dia 16 a nova versão do Office e reforçou a visão de um futuro digital baseado na nuvem.

Ainda sem data de lançamento, o pacote não deverá funcionar com Windows XP ou Vista. A versão de testes (office.com/preview) exige Windows 7, 8 ou 2008.

Sua principal novidade é a forte integração à nuvem.

A partir dos aplicativos, você pode gravar e acessar seus documentos e configurações personalizadas em diferentes computadores conectados à internet. Um dos locais-padrão para salvar arquivos é no SkyDrive, serviço de armazenamento on-line da Microsoft.

Em um equipamento emprestado, por exemplo, você pode fazer login na sua conta da Microsoft (como o Hotmail) para abrir seus arquivos e usar os programas do Office com as mesmas configurações usadas no seu PC -isso inclui até o ponto em que você parou dentro de um documento.

E o melhor: é possível usar o Office também em computadores que não tenham o pacote instalado. Nesse caso, os aplicativos são transferidos de maneira temporária -depois do logoff, eles são apagados, assim como os documentos (que ficam na nuvem).

O visual do novo Office segue a mesma linha do Windows 8, com ângulos retos, cores sólidas e ícones simples.

A maioria dos programas, porém, ainda usa a interface "ribbon", a mesma das edições 2007 e 2010, com barras de ferramentas divididas por abas. Ela foi desenhada para teclado e mouse -não é boa para telas sensíveis ao toque.

Há um modo para toque, que aumenta o espaçamento entre os elementos da tela, mas ele não ajuda muito. A quantidade de menus e caixas atrapalha. Falta simplicidade.

Uma exceção é o aplicativo de anotações OneNote, que tem duas versões -uma "desktop", semelhante aos outros programas, e uma chamada MX, para a interface Metro (presente no Windows 8), voltada ao toque. É uma boa solução para tablets, com um menu estilo "radial", que apresenta comandos simples próximo ao local de toque.

A escolha da Microsoft, porém, faz sentido. Teclado e mouse ainda são os melhores meios de entrada para programas de produtividade. Em aplicativos como esses, seria desastroso priorizar uma interface mais simplificada.

A Microsoft não revelou edições, preços ou datas, mas apresentou planos do Office 365, serviço de assinatura baseado na nuvem.

A grande novidade é uma modalidade voltada ao consumidor final, o Office 365 Home Premium, que incluirá instalação dos aplicativos em até cinco computadores, 20 Gbytes de espaço extra no SkyDrive e 60 minutos mensais de ligações pelo Skype.

Será possível comprar o pacote sem o Office 365, mas, a depender do preço, a assinatura pode valer a pena.

Com tudo isso, o Office torna-se uma peça-chave na estratégia da Microsoft de fortalecer sua nuvem e, consequentemente, seu ecossistema.

Colaborou BRUNO ROMANI

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