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Jogo duro

Indústria de games casuais como 'Angry Birds' e 'Draw Something' está em alta, mas enfrenta volatilidade, pirataria e dificuldade de emplacar novos títulos

LEONARDO LUÍS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nenhuma pesquisa nega que joguinhos voltados a celulares e redes sociais estão em alta. O instituto Gartner, por exemplo, diz que empresas de jogos sociais devem embolsar US$ 6,2 bilhões em 2012, quase o dobro do que ganharam no ano passado.

Mas a excelente situação global do mercado não tem garantido às empresas e aos desenvolvedores desses jogos uma vida tranquila.

A indústria dos games casuais é excessivamente transitória e competitiva em comparação com a dos jogos tradicionais para consoles e PC. Grandes hits somem do mapa em questão de meses, produtores de sucessos não conseguem emplacar novos jogos, e a pirataria de games muito baratos é comum.

"No mercado de casuais, há bem mais jogos. É mais fácil criar, já que eles não precisam ser tão sofisticados, então mais companhias entram. E há mais hits e mais tipos de jogadores", diz Brian Blau, analista da Gartner.

O SuperData Research, especializado em medições sobre bens digitais, estima que 40,1 milhões de brasileiros serão usuários de games sociais até o fim de 2012. Isso é mais do que o dobro do número de jogadores de dois anos atrás no país.

Um hit recente no Brasil foi "Draw Something", app para tablets e celulares integrado ao Facebook em que jogadores tentam adivinhar desenhos uns dos outros.

Ele ganhou versão em português e outros 11 idiomas. No fim de março, atingiu 14 milhões de usuários ativos por dia no mundo, segundo o WebMediaBrands. O número caiu para cerca de 3 milhões em quatro meses.

"O mercado de jogos casuais muda de forma veloz. Os jogos vêm e vão muito rapidamente", afirma Blau. A longevidade de uma empresa nesse mercado, para o analista, depende da capacidade de explorar um sucesso.

Ele cita "Angry Birds", jogo da Rovio que tem o recorde de dias seguidos na liderança da App Store (275). "É a combinação de produzir um hit, melhorá-lo para manter jogadores até o ponto em que der, alavancar o máximo possível de receita com ele, e, então, seguir tentando, até conseguir fazer tudo de novo."

A Rovio tentou fazer tudo de novo com "Amazing Alex", espécie de quebra-cabeça em que o usuário precisa criar cadeias de ações com objetos. Ele chegou a ficar em primeiro na App Store, mas, um mês após ser lançado, não está entre os 30 apps mais baixados.

Outro problema para produtores de jogos sociais é transformar sucesso em dinheiro. Como os games são, em geral, gratuitos ou muito baratos, é necessário recorrer a outras formas de receita.

Nesse sentido, uma peculiaridade no Brasil é que gasta-se pouco em compras dentro dos jogos, segundo Mathieu Nouzaret, criador do hit "SongPop". "O número de compras dentro do app no Brasil é cerca de 20 vezes menor que nos EUA. Precisamos recorrer a publicidade", diz.

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