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Baixo preço não coíbe a pirataria de jogos casuais

Antes a R$ 2, 'Dead Trigger' vira gratuito por conta de cópias ilegais

Nível de pirataria do jogo 'Football Manager' para Android chegou a 90%; número é maior do que de versão para PC

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O jogo de tiro em primeira pessoa "Dead Trigger" custava US$ 0,99 na App Store e no Google Play. Mesmo assim, no Android, 80% dos jogadores usavam versões piratas; no iOS, 65%. A Madfinger, fabricante do jogo, decidiu torná-lo gratuito.

"Primeiro, queríamos levá-lo ao máximo possível de pessoas -por isso ele custava US$ 0,99. Mas, mesmo por esse preço, a taxa de pirataria era tão grande que decidimos oferecê-lo gratuitamente", diz Anna Porizkova, gerente de vendas da empresa.

Segundo ela, no Brasil, a taxa de pirataria era de cerca de 65% tanto para iOS como para Android.

"Shadowgun", carro-chefe da empresa, chegou a 90% de pirataria nas duas plataformas em todo o mundo.

Marek Rabas, executivo-chefe da Madfinger, escreveu um texto para o site "GameZebo" (bit.ly/marekrabas) expondo sua insatisfação com o mercado e sugerindo que a pirataria põe em prejuízo a qualidade dos games.

Segundo Rabas, os jogos de empresas que costumam adotar o modelo "freemium" -em que o app é gratuito, mas oferece elementos extras pagos- lucram muito mais do que os da Madfinger, mesmo que tenham qualidade semelhante ou pior.

"É melhor produzir seis jogos 'freemium' por ano ou fazer dois 'Shadowgun'?", questiona ele. "O que você faria se tivesse que se preocupar com a sua família e os seus funcionários?"

O nível de pirataria do jogo "Football Manager", em que o usuário gerencia equipes de futebol, chegou a ser maior no Android do que no PC, segundo Miles Jacobson, diretor de estúdio da Sports Interactive, que criou o game.

Em entrevista concedida em abril ao site "Eurogamer" (bit.ly/footmanager), Jacobson afirmou que a versão 2009 para PC -a última de que a empresa tem estatísticas- teve cinco cópias pirateadas para cada original.

Na primeira versão para Android, de 2012, nove usuários tinham o software pirata para cada um que comprava o aplicativo, vendido a US$ 9,99 no Google Play.

Apesar da facilidade de piratear aplicativos no Android, Jacobson disse que não tinha planos de remover "Football Manager" da loja do Google. O jogo continua sendo vendido a US$ 9,99.

O criador do jogo "SongPop", Mathieu Nouzareth, defende a adoção do modelo "freemium" como solução para a pirataria.

"Para evitar que as pessoas pirateiem, disponibilizamos os jogos gratuitamente e oferecemos recursos extras pagos dentro do jogo. É até possível piratear esse recursos, mas muito mais difícil."

(LEONARDO LUÍS)

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