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Game-notícia complementa o jornalismo, diz professor

Pesquisador americano defende uso de jogos eletrônicos para informar leitores

Ian Bogost, do Georgia Institute of Technology, faz palestra sobre o tema em evento nesta noite no Rio de Janeiro

ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

Videogame: plataforma versátil de entretenimento que pode ser utilizada em parceria com o jornalismo para noticiar acontecimentos.
A definição é do pesquisador e designer norte-americano Ian Bogost, um dos pioneiros no uso do termo "newsgames", modelo de jogo eletrônico que usa fatos em suas narrativas.
Ele é professor do Georgia Institute of Technology e fundador da Persuasive Games, que cria esse tipo de jogo.
O professor participa hoje, às 19h30, de um evento gratuito no Oi Futuro (r. Dois de Dezembro, 63, Rio, 0/xx/21/ 3131-3060), em que falará sobre o "Personagens, estratégias narrativas e engajamento nos games". A seguir, trechos da conversa com Bogost:

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Folha - Como é possível explorar jogos no jornalismo?
Ian Bogost - Os "newsgames" podem trazer ao campo do jornalismo propriedades dos jogos, como simulações de sistemas complexos e ferramentas de RPG. Além disso, indicam uma (de talvez muitas) novas formas de fazer jornalismo, além dos textos, dos vídeos e das trasmissões de áudio.

Você os vê como uma ferramenta complementar na tarefa de informar as pessoas?
Os "newsgames" só vão se tornar importantes se os jornalistas o utilizarem. Não estou sugerindo a substituição das formas atuais de distribuição de notícias pelos games: eles são complementares ao jornalismo tradicional.
Esses jogos têm a capacidade de atrair pessoas para o conteúdo tradicional, como cartuns e charges fazem.

Você acha que é possível fazer games ultracomplexos dentro do estilo, com gráficos e enredos semelhantes aos já feitos para jogadores "hardcore"?
É um dos caminhos para a evolução dos "newsgames", mas é claro que exigiria compromissos consideráveis de tempo e orçamento. É importante ver os "newsgames" como um convite para uma pergunta: o que podemos fazer com os jogos no jornalismo?

Por que não há tantas grandes empresas envolvidas?
Penso que é assim com a maioria das inovações jornalísticas: a mídia é reativa e lenta e subordina novidades aos formatos tradicionais, especialmente aos textos.

Qual é a melhor iniciativa no mundo dos "newsgames"?
Eu gosto do Cutthroat Capitalism (http://bit.ly/ctcapit), da revista "Wired". E também de Sweatshop (http://playsweatshop.com), da rede britânica Channel 4, em que o jogador cuida da linha de montagem de uma fábrica. Outros bons exemplos são Spent (http://playspent.org), sobre desemprego, e Budget Hero (http://bit.ly/bherogame), de administração do Orçamento dos EUA.

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