São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2011

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Sistema permite fazer ligação no celular ao olhar para os números

DE SÃO PAULO

A tela sensível ao toque dos mais modernos celulares parece obsoleta diante dos resultados da pesquisa de um grupo formado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego e da Universidade de Hinschu, em Taiwan. O estudo mostrou como usuários podem discar números no celular ao olhar para eles.
O princípio básico usado é que o cérebro das pessoas emite sinais elétricos de diferentes frequências, dependendo do que a pessoa está tentando fazer ou do seu estado cognitivo, explica Tzyy-Ping Jung, da Universidade da Califórnia, um dos responsáveis pela pesquisa.
Esses sinais podem, então, ser captados e decodificados.
Os pesquisadores tiraram proveito de um tipo de atividade cerebral que é uma resposta natural da pessoa a estímulos em frequências específicas. "Por exemplo, quando você olha para uma luz piscando dez vezes por segundo, o seu córtex visual exibe uma atividade rítmica na mesma frequência."
Nos testes, uma tela de computador exibia ao usuário dez caixas, trazendo os dígitos do telefone, e cada uma delas piscava em uma frequência diferente. Assim, ao olhar para um dos números, o córtex visual do usuário emitia sinais referentes a ele. Os sinais eram, em seguida, captados por uma espécie de fita que envolvia a cabeça como um todo. A fita amplificava e transmitia o sinal para um telefone, por meio do Bluetooth, permitindo que a ligação fosse realizada.

BENEFÍCIOS
Os benefícios imediatos da tecnologia, segundo Jung, são vistos em pessoas paralisadas ou que têm alguma deficiência física severa.
O grupo também pensa em expandir a pesquisa e criar um sistema que usa o celular para fazer um monitoramento do cérebro. "Nossa pesquisa mostrou que. em situações de fadiga ou sonolência, certas mudanças na atividade cerebral são indicadores podem ser confiáveis para retratar esses estados. Estamos trabalhando em traduzir isso para um sistema que monitora a fadiga com o uso do celular", conta o pesquisador.
O próximo passo, segundo Jung, é usar o sistema para controlar televisões, equipamentos de vídeo e áudio e jogar videogames. "Mas nosso objetivo é ainda maior. Acreditamos que essa tecnologia pode aumentar nossas habilidades cognitivas."
A tecnologia ainda não está à venda. O grupo pretende aumentar a eficácia da detecção de sonolência e ainda não fez planos para a comercialização, diz o pesquisador. (AMANDA DEMETRIO)


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