São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2010

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Risco à privacidade é investigado nos EUA

Comissão do Senado questiona empresas sobre ações para proteção de informações pessoais de seus usuários

Apple, Facebook, Google e AT&T foram sabatinadas pelos políticos, que querem leis mais explícitas

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Apple, Facebook, Google e AT&T enfrentaram, na semana passada semana, mais um interrogatório sobre políticas de privacidade na internet, agora nas mãos de senadores americanos interessados em coibir o que veem como práticas abusivas e "arrepiantes" dos gigantes digitais.
O questionamento ocorreu na Comissão de Comércio, Ciência e Transporte do Senado, que investiga práticas de armazenamento e venda de dados de usuários de redes sociais para a criação de anúncios dirigidos.
Os legisladores pressionam pela aprovação de leis para proteger a privacidade dos consumidores. Exigem que as empresas divulguem claramente os usos dos dados armazenados e peçam autorização expressa para que as informações sejam passadas a terceiros.
Há várias medidas sobre o tema pendentes no Congresso, mas nenhuma previsão para votação neste ano.
A audiência chega na esteira de escândalos recentes envolvendo companhias que atuam na internet.
Para o Google, a questão está no registro de dados não seguros a partir de redes sem fio (Wi-Fi) particulares. O Facebook teve problemas por mudanças constantes em seus critérios de privacidade de usuários-cada vez mais propensos à divulgação de dados a priori.
Já a AT&T sofreu uma crise de relações públicas por ver divulgados mais de 100 mil endereços de e-mail de usuários do iPad, da Apple, pouco após o lançamento do produto, em abril deste ano.
O professor Joe Turow, da escola de comunicação da Universidade da Pensilvânia, testemunhou na sessão adicionando críticas às práticas comerciais na internet.
"Quando empresas seguem pessoas sem seu conhecimento, vendem seus dados sem informá-las e daí decidem-nas palavras da indústria- se são alvos ou inúteis, temos um problema social", afirmou ele.
As práticas não são negadas. O Google admite manter arquivadas as buscas de números de IPs particulares; o Facebook grava arquivos de ações de usuários por anos. As companhias afirmam temer que leis mais amplas prejudiquem seu sistema de publicidade.


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