São Paulo, quarta-feira, 09 de março de 2011

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PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Mais conforto para o usuário é a grande novidade do iPad 2

Redução de peso, ainda que pequena, torna mais fácil o uso do aparelho


A NOVA CAPA DE PROTEÇÃO DO IPAD, DOBRÁVEL E OFERECIDA EM VÁRIAS CORES, É PRATICAMENTE UM VÉU PARA A TELA

RODOLFO LUCENA
EDITOR DE TEC

Na primeira vez em que usei um iPad, há quase um ano, a impressão inicial foi de desconforto. Tudo porque a expectativa gerada por sua aparência elegante e pelo formato minimalista -se comparado ao laptop que costumava usar- não se traduziu em sensação de fato na hora de começar a usar.
Com cerca de 700 g, o aparelho era bem mais pesado do que sua carinha de anjo fazia prever -a sensação era de um tijolo de 1 kg ou mais.
As coisas são bem diferentes com o iPad 2, que pude experimentar durante alguns minutos depois do show de lançamento estrelado com galhardia por Steve Jobs, na semana passada, em San Francisco.
A simples presença do executivo, licenciado para tratamento de saúde, roubou as atenções do novo aparelho. Pelo menos por algum tempo, no escurinho do teatro do Yerba Buena Center for Arts, o bochicho entre os presentes era sobre a aparência de Jobs, sua magreza, seu tom de voz e o que tudo isso poderia indicar sobre o futuro dele, da Apple e do mundo da tecnologia.
Elucubrações que se esvaneceram mais tarde, quando jornalistas e convidados puderam enfim conhecer o sucessor do iPad, que é provavelmente um dos produtos de maior sucesso comercial da história. Em apenas nove meses, como destacou Jobs na sua palestra, foram mais de 15 milhões de unidades vendidas. "Trata-se de uma nova categoria de aparelho móvel", disse ele, já classificando o dispositivo como "pós-computador".
O novo iPad, como todas as notícias e resenhas a respeito não se cansaram de anotar, é mais leve, mais fino e mais rápido do que seu predecessor. E, como ele, engana quem vai manuseá-lo cheio de dedos e receios, esperando encontrar um aparelho delicadinho e fofo.
Apesar das dimensões menores, o iPad 2 não dá sensação de fragilidade quando está nas mãos do usuário. E a redução de peso, ainda que nominalmente pequena (cerca de 100 g), faz diferença para o conforto do usuário, especialmente para o chamado "guerreiro móvel", que usa o equipamento em condições nem sempre ideais, fora da segurança do ambiente doméstico ou de trabalho.
Casando com as novas especificações, a capa protetora do iPad 2 também é minimalista. Enquanto a anterior transformava o iPad num cadernão grosso e mais pesado do que precisaria ser, a nova é praticamente um véu para a tela do aparelho.
O resto das especificações apenas coloca o filho da Apple na mesma categoria do que prometem alguns concorrentes. Vem com câmeras para videoconferência e filmagem -cuja falta na primeira versão foi sobejamente criticada por consumidores e analistas- e tem como coração um processador de núcleo duplo, tal como o Xoom, da Motorola, que desponta como principal candidato a rival do iPad 2.
O novo processador, batizado de A5, duplica a velocidade do aparelho, mas, acima de tudo, melhora seu desempenho na manipulação de gráficos, o que vai ser uma atração especial para os fanáticos por jogos.
Além disso, graças a ele e ao sistema operacional, que também ganhou versão revista e melhorada, o iPad 2 mantém a ligação quase instantânea -o que talvez seja, para usuários do Windows, sua característica mais impressionante.
Apesar de todas essas novidades positivas, porém, talvez o caminho do novo aparelho da Apple seja menos fácil do que o de seu predecessor. Para começar, vai enfrentar concorrência, coisa que o iPad só teve no finalzinho do ano passado.
Agora, chegam ao mercado Motorola, Dell e HP, sem falar na RIM, fabricante do BlackBerry, que também tem fãs efusivos. Além disso, como mostraram as duas maiores feiras de tecnologia deste início de ano -CES nos Estados Unidos e Cebit na Alemanha-, há uma miríade de fabricantes orientais que prometem oferecer tablets em profusão ao gosto do freguês, seja nas especificações técnicas, seja em preço.


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