São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2011

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Bicho raivoso

Produtor de Angry Birds conta que o jogo, já baixado 350 milhões de vezes, terá versão para o cinema

ALEXANDRE ORRICO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Jere Erkko, vice-presidente para a América Latina da Rovio, empresa produtora do game Angry Birds, vestia uma camisa com o pássaro amarelo do jogo quando parou para conversar com a Folha.
A entrevista aconteceu logo após a palestra de Erkko na Brasil Game Show, feira de jogos digitais que atraiu 60 mil pessoas e ocorreu no centro do Rio de Janeiro até o último domingo.
Em contraste com o semblante raivoso da ave em seu peito, Erkko estava bem-humorado e tranquilo quando disse a primeira frase, em português com forte sotaque finlandês: "Eu conheço bem a Folha! Você não acha que uma tirinha do Angry Birds ficaria bem no jornal?"
A fala de Erkko traduz bem o atual momento de expansão agressiva da Rovio. O executivo disse querer que os pássaros saiam dos games e povoem produtos do mundo off-line, como jornais, revistas, camisetas, bichos de pelúcia e até livros de receitas.
Confira os principais trechos da entrevista:

 

Folha - A Rovio recentemente comprou o Kombo, estúdio finlandês de animação. Há planos para filmes do Angry Birds?
Jere Erkko -
Sim, definitivamente. Não podemos dar datas, mas pretendemos lançar filmes próprios, entre curtas e longas-metragens, produzidos pela Rovio. Falando de cinema, também queremos continuar nossa parceria com a Fox, que fez o filme "Rio" e emprestou alguns personagens para uma versão especial do Angry Birds.

Além de filmes e jogos para consoles, que já estão em produção, para onde mais a Rovio quer expandir o universo de Angry Birds?
Já temos histórias em quadrinhos, que circulam em alguns jornais na China e nos EUA. Temos também um livro de receitas chamado "Receitas para Porquinhos Malvados". Já está traduzido para o português.
Vamos lançar como e-book e estamos procurando parceiros locais para lançá-lo em livrarias físicas também. Além disso, já vendemos camisetas, bichos de pelúcia e estamos considerando outros produtos.

A receita dos produtos licenciados paga o desenvolvimento e a promoção dos games, ou eles se sustentam?
Os jogos são muito baratos, cerca de US$ 0,99, e também temos versões gratuitas. Mas temos 350 milhões de downloads do jogo, por isso ele já se paga. Apesar disso, os produtos são uma grande fonte de receita e ajudam a fortalecer a marca.

Há algum jogo da série Angry Birds em desenvolvimento?
Sim, vamos lançar novos jogos sobre o Halloween e o Natal. No ano que vem, vamos ter mais um jogo dos Angry Birds, mas infelizmente ainda não posso falar o tema.

Quantos funcionários trabalham na sede da empresa? Há previsão de expandir a Rovio para outros países? No Brasil, talvez?
Somos cerca de 200 funcionários na sede da Rovio, na Finlândia, e continuamos crescendo. Temos planos de abrir outras filiais em 2012 [já existem uma nos EUA e uma na China], e o Brasil é definitivamente um país a ser considerado. Ainda há poucos smartphones por aqui, mas é um mercado em potencial.
Por exemplo, o Brasil já é o terceiro país que mais joga Angry Birds no Google Chrome. É um mercado que tem futuro, apesar de não ter a App Store de games ainda.

Quem mais joga o Angry Birds? Crianças, jovens ou adultos, mulheres ou homens?
Nosso público vai de 2 até 90 anos. Netos jogam com avós e muitas vezes é o primeiro uso de um aplicativo móvel por ambos. Agora, um dado interessante: todos sabemos que as mulheres são uma parte muito pequena no mundo dos games. Mas, no Angry Birds, o público feminino representa 52% dos jogadores. Isso não significa que seja um jogo específico para mulheres, e sim um jogo para todos os gêneros e todas as idades.

O jornalista ALEXANDRE ORRICO viajou a convite da organização do evento.


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