São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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No Haiti, web substituiu telefone no pós-terremoto

DE SÃO PAULO

O Haiti parece ser dividido em dois quando se fala em acesso a tecnologias. De um lado, está a população mais rica, com casas equipadas de antenas parabólicas e cibercafés. Do outro, a região com a população mais pobre sofre por não ter acesso nem a energia elétrica.
Ainda que para poucos, a internet foi importante nos minutos seguintes ao terremoto que atingiu o país em janeiro: enquanto as linhas telefônicas ficaram mudas, a conexão com a internet pôde ser usada para mandar notícias, segundo Flávio Saudade, da ONG Viva Rio, que faz trabalhos de desenvolvimento social na região.
"Assim que passou o tremor, corremos para nossos laptops para avisar que estávamos bem." Ele lembra que, no dia da tragédia, não se sabia o tamanho do estrago.
"O que víamos era uma grande nuvem de fumaça cobrindo o centro da cidade. As pessoas gritavam desesperadas, choravam, passavam pela nossa rua completamente sujas de poeira, algumas carregadas, feridas".
Saudade está no Haiti desde outubro de 2008 e conta sobre os dois Haitis tecnológicos. Segundo ele, em algumas ruas de regiões desfavorecidas, as únicas luzes à noite são os faróis de carro e as barracas de comércio. Mas, mesmo sem energia, o comércio continua forte.
Comércio que, às vezes, se apropria de um outro fenômeno local: o uso do celular.
Saudade conta que existem pontos de recarga para os aparelhos, onde são usados geradores, que são peças indispensáveis para todos os moradores do país. Ele diz que um dos jovens de um projeto da Viva Rio investiu sua primeira bolsa (uma ajuda de custos) na compra de um gerador, já pensando em montar um negócio do tipo.

INVERTÉ
Para o problema de energia elétrica no país, existe até um aparelhinho específico: o inverté. Saudade explica que o inverté funciona ligado a várias baterias e, na falta de energia, sustenta o que for preciso. Quando a luz volta, ele recarrega. (AD)


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