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No Haiti, web substituiu telefone no pós-terremoto
DE SÃO PAULO
O Haiti parece ser dividido
em dois quando se fala em
acesso a tecnologias. De um
lado, está a população mais
rica, com casas equipadas de
antenas parabólicas e cibercafés. Do outro, a região com
a população mais pobre sofre
por não ter acesso nem a
energia elétrica.
Ainda que para poucos, a
internet foi importante nos
minutos seguintes ao terremoto que atingiu o país em
janeiro: enquanto as linhas
telefônicas ficaram mudas, a
conexão com a internet pôde
ser usada para mandar notícias, segundo Flávio Saudade, da ONG Viva Rio, que faz
trabalhos de desenvolvimento social na região.
"Assim que passou o tremor, corremos para nossos
laptops para avisar que estávamos bem." Ele lembra que,
no dia da tragédia, não se sabia o tamanho do estrago.
"O que víamos era uma
grande nuvem de fumaça cobrindo o centro da cidade. As
pessoas gritavam desesperadas, choravam, passavam
pela nossa rua completamente sujas de poeira, algumas carregadas, feridas".
Saudade está no Haiti desde outubro de 2008 e conta
sobre os dois Haitis tecnológicos. Segundo ele, em algumas ruas de regiões desfavorecidas, as únicas luzes à noite são os faróis de carro e as
barracas de comércio. Mas,
mesmo sem energia, o comércio continua forte.
Comércio que, às vezes, se
apropria de um outro fenômeno local: o uso do celular.
Saudade conta que existem pontos de recarga para
os aparelhos, onde são usados geradores, que são peças
indispensáveis para todos os
moradores do país. Ele diz
que um dos jovens de um
projeto da Viva Rio investiu
sua primeira bolsa (uma ajuda de custos) na compra de
um gerador, já pensando em
montar um negócio do tipo.
INVERTÉ
Para o problema de energia elétrica no país, existe até
um aparelhinho específico: o
inverté. Saudade explica que
o inverté funciona ligado a
várias baterias e, na falta de
energia, sustenta o que for
preciso. Quando a luz volta,
ele recarrega.
(AD)
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