São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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Especialistas divergem sobre riscos do Android

Não há falha intrínseca, diz McAfee; Kaspersky vê problema de segurança

Atualmente, sistema do Google, o mais popular entre smartphones, é a plataforma mais visada por cibercriminosos

DO ENVIADO A LAS VEGAS

Entre dezembro de 2010 e julho de 2011, houve um crescimento de 238% no número de malware destinado ao Android, segundo a McAfee, que registrou cerca de 200 novas ameaças móveis no segundo trimestre de 2011.
Apesar de o Symbian ainda ser a plataforma com maior número total de malware registrado até hoje, o sistema do Google é o que mais reúne novos ataques.
Isso quer dizer que há algo intrinsicamente errado com o Android?
Para John Dasher, diretor-sênior de segurança móvel da McAfee, não.
Segundo ele, o sistema do Google tem bons recursos de segurança, mas é natural que cibercrimosos priorizem a plataforma mais popular.
No mesmo período, a Mc-Afee não registrou nenhum caso em aparelhos com iOS, da Apple -com exceção daqueles em que foi realizado jailbreak, procedimento que permite, entre outras coisas, a instalação de aplicativos de fora da App Store, rigidamente controlada pela empresa.
O diretor de informática da Kaspersky, Grant Cresswell, diverge de Dasher ao alegar que o Android tem, sim, problemas sérios de segurança.
"Depois de ter mexido em alguns aparelhos com Android por um tempo, creio que são dispositivos muito perigosos", afirmou ele neste mês, durante o lançamento de um produto da empresa na Austrália.
O Android permite que se instalem programas de qualquer fonte, não só do Android Market, repositório oficial do Google. Segundo Dasher, porém, o sistema faz um "trabalho decente" em informar ao usuário as informações a que os aplicativos têm acesso.
Ele afirma que as pessoas não atentam à lista de permissões que surge quando se instala um programa no celular.
"Se um simples jogo de xadrez pede acesso à sua câmera e a seus contatos, por exemplo, você deve desconfiar dele", afirma Dasher.

E A SENHA?
"A tecnologia sozinha não vai resolver os problemas de segurança móvel", diz o executivo da McAfee, ressaltando que os usuários não estão atentos nem aos procedimentos mais básicos para manter seus aparelhos seguros -menos de 20% o protegem com senha, por exemplo.
Um caso recente de malware no Android foi revelado pela Symantec neste mês.
Aproveitando-se do fato de o aplicativo do serviço de vídeo Netflix estar disponível apenas para um número limitado de aparelhos com Android, cibercriminosos distribuíram na rede uma versão falsa, com o objetivo de roubar dados de assinantes.
À Folha o Google disse que não comenta estudos de terceiros e, citando o sistema de permissões do Android, afirmou que a plataforma é segura. (RAFAEL CAPANEMA)


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