São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

GUIA DO SMARTPHONE

Telefones são alvos de cibercriminosos

Número de novas ameaças para aparelhos móveis aumentou 46% de 2009 para 2010, segundo estudo da McAfee

Mais de 50 aplicativos infectados foram retirados pelo Google da loja do Android, em ataque no mês passado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Snake, o famoso "jogo da cobrinha", lançado na década de 1970 e muito popular em telefones celulares, tem inúmeras variações, para tudo quanto é plataforma.
Uma delas, o Tap Snake, para o sistema Android, traz um diferencial preocupante: é um cavalo de Troia, ou seja, um malware --software malicioso-- disfarçado.
Problema comum em computadores pessoais, ameaças como essa já infestam dispositivos como celulares e tablets. Segundo pesquisa da empresa de segurança McAfee, no ano passado o número de novos tipos de malware para plataformas móveis aumentou 46%, em relação aos dados de 2009. A empresa acredita que o surgimento dessas ameaças deva se intensificar em 2011.
"Atualmente, a maioria dos códigos maliciosos para dispositivos móveis consiste em cavalos de Troia", informa relatório da Symantec. Eles geralmente chegam aos usuários por meio de repositórios de aplicativos, onde são disponibilizados como se fossem programas legítimos.
Foi o caso do Tap Snake, que, embora não seja considerado uma ameaça grave, é tido pela Symantec como o primeiro cavalo de troia para Android. Enquanto o usuário se divertia controlando a cobra na tela, o aplicativo recolhia, sem avisar, dados de localização por meio do GPS. As informações eram enviadas para um servidor remoto e podiam ser acessadas com o uso de um programa pago, o GPS Spy, lançado no Android Market pelo mesmo desenvolvedor do Tap Snake.

CÓPIAS PIRATAS
Um caso bem mais alarmante ocorreu no mês passado, quando foram descobertos mais de 50 aplicativos disponíveis no Android Market infectados com o código malicioso conhecido como DroidDream. Eles eram cópias piratas de aplicativos legítimos, o que ajudava a confundir o usuário.
Segundo a Lookout, empresa especializada em segurança de smartphones, o DroidDream envia para um servidor informações específicas sobre o aparelho infectado e aproveita uma vulnerabilidade do sistema operacional para instalar um segundo aplicativo malicioso, cujas características ainda estão sendo pesquisadas, mas que provavelmente permite o recolhimento de outros dados e a instalação de mais programas.
É difícil saber quais são as intenções dos autores do malware, mas, como diz o site de segurança Android Police, "as possibilidades são quase infinitas".
Além de retirar os aplicativos infectados com DroidDream do Android Market, o Google começou a removê-los remotamente dos aparelhos que foram infectados e lançou uma atualização de segurança --mas essa logo ganhou uma versão pirata, infectada com código malicioso e distribuída aos usuários por meio de repositórios não oficiais de aplicativos.

GUERRA
É uma guerra sem fim, e o futuro dos dispositivos móveis parece promissor para os cibercriminosos. O aumento da base instalada, a criação de hardware e software mais poderosos e complexos (e cheios de vulnerabilidades), a realização de tarefas como compras e transações bancárias e o armazenamento de informações confidenciais nos aparelhos, entre outros fatores, tornam os dispositivos móveis alvos cada vez mais atraentes.
Como se vê, a aproximação entre celulares e computadores pessoais traz muitas vantagens, mas também riscos -até porque adaptar um código malicioso de uma plataforma para outra não é uma tarefa muito difícil. (EK)



Texto Anterior: Foco: Moleskine ainda é melhor no papel do que visto na telinha
Próximo Texto: Saiba como se proteger das ameaças
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.