São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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Usuário reclama de política das operadoras

Compradores reagem à limitação das funções dos aparelhos imposta pelas empresas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A chegada de novas tecnologias, que aumentam ainda mais a inteligência dos aparelhos, nem sempre é bem vista pelas operadoras de telefonia. Em alguns casos, funções que ameaçam a expansão da empresa podem ser removidas do aparelho.
O advogado José Augusto Zen Ferri, 30, por exemplo, teve funções retiradas do seu iPhone 4, comprado na Oi. Após a aquisição, ele entrou com ação judicial contra a operadora pela remoção das opções de compartilhamento de 3G (prática conhecida como "tethering") e do FaceTime, aplicativo da Apple que permite videoconversas gratuitas entre aparelhos da empresa. "Eu colocava os chips de outras operadoras e tudo funcionava", diz.
Após uma liminar favorável, não só o aparelho de Ferri recebeu a liberação do tethering, como também a base de usuários da operadora. Segundo o advogado, a opção de FaceTime ainda não foi disponibilizada. À Folha, a Oi disse que não comenta processos em curso.
A remoção de aplicativos de comunicação ocorreu também no Android. Recentemente, os smartphones Galaxy S, da Samsung, vendidos pela Claro eram incapazes de encontrar aplicativos do Google, como o Gmail e o Gtalk, em uma busca no Android Market.
Após uma atualização do sistema, os programas voltaram a aparecer na pesquisa. De acordo com a operadora, não há restrição à instalação de aplicativos da loja. Existe apenas a pré-configuração de aparelhos com software da empresa.
O aumento de smartphones também esbarra nas limitações do 3G brasileiro. Segundo estudo da consultoria Teleco, feito em parceria com a Huawei, 14,6 milhões de aparelhos usaram a banda larga móvel em 2010, um crescimento de 257% em relação ao ano anterior. No início do ano, a conexão 3G superou a banda larga fixa no Brasil.
Apesar de ter ocorrido uma expansão da área de cobertura nos últimos anos, as operadoras enfrentam acusações de controle ao acesso. Segundo dados do portal de denúncias de consumidores Reclame Aqui, TIM, Claro e Oi estão na lista das dez empresas que mais sofreram reclamações nos últimos 12 meses.
Planos ilimitados de internet podem ter a velocidade reduzida pelas operadoras. No caso da TIM, o plano de smartphones ilimitado garante 300 Mbytes mensais. Após atingir o limite, a operadora reduz a velocidade de até 1 Mbps para 50 Kbps, prática considerada ilegal pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
Caso o usuário se sinta lesado, recomenda-se recorrer ao Procon (www.procon.sp.gov.br) ou registrar reclamação à Anatel (pelo novo telefone, 1331, ou por www.anatel.gov.br). Portais como o Reclame Aqui (reclamea qui.com.br) e a Associação Proteste (proteste.org.br) ajudam os consumidores a escapar dos problemas.

3G POPULAR
Com o crescimento dos telefones inteligentes no país, as operadoras arquitetam novos planos de internet pré-paga a preços de centavos diários, mas com alta limitação de banda.
TIM, Claro e Vivo travam a "batalha dos centavos": a primeira anunciou o plano Infinity Pré Web, pacote de navegação em 3G por 50 centavos diários (cobrados apenas nos dias utilizados).
A Vivo anunciou o Internet Brasil Pré, com custo mensal de R$ 9,90. Ambos os planos têm limite mensal de navegação baixo --a TIM garante navegação de 1 Mbps com limite de 10 Mbytes diários, enquanto a Vivo promete 20 Mbytes durante um mês. Depois disso, a velocidade é reduzida em cerca de 95%.
Segundo as operadoras, o formato atende à demanda, que tem como principal interesse checar e-mails e navegar nas redes sociais, além de inibir os chamados "heavy users", que utilizam a rede 3G como banda larga comum. (LEONARDO MARTINS)



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