São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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OUTRO LADO

Falha foi 'bug temporário', afirma Ohhtel

Site de traição informa ter resolvido problema de segurança em 72 horas; serviços dizem combater perfis falsos

DE SÃO PAULO

Durante a apuração desta reportagem, a Folha descobriu um problema grave de segurança no Ohhtel que permitia ver as fotos privadas de praticamente qualquer usuário do site. Bastava trocar um número no endereço virtual do álbum.
O analista de sistemas que encontrou a falha entrou em contato com o Ohhtel em 18 de agosto para alertar a empresa sobre o problema.
Enviou duas mensagens, uma em inglês e outra em português, mas nenhuma delas foi respondida.
Na última sexta, a Folha relatou a falha à assessoria de imprensa do Ohhtel. "Este foi um 'bug' [problema técnico] temporário no nosso sistema, que nós identificamos e corrigimos dentro de 72 horas", respondeu Jackson Roberts, diretor do site.
Sobre a presença de garotas de programa e de perfis falsos, o Ohhtel e o Ashley Madison afirmam contar com monitoramento de atividades suspeitas e com denúncias dos próprios usuários.
"A prostituta vai se comportar de maneira diferente do que uma usuária comum", afirma Roberts. "Por exemplo, vai enviar a mesma mensagem para muitos homens ao mesmo tempo."
Segundo o diretor do Ohhtel, se forem constatadas atividades proibidas pelo site, o perfil é removido e seu endereço IP é bloqueado.

IDIOMA PRECÁRIO
Um usuário do site ouvido pela Folha gastou créditos para abrir a mensagem de um perfil de prostituição.
Depois de mandar um e-mail para o suporte, foi ressarcido e recebeu uma resposta cheia de erros de português: "Essas mensagems foram do servico de prostituacao querendo fazer negocios. Nos apagamos os perfiles falsos do nosso site e as mensagems que estavam dentro do seu email", dizia um trecho da mensagem.
No Ashley Madison, as fotos enviadas precisam ser aprovadas antes da publicação. "Isso inibe fotos falsas, de gente famosa, por exemplo", diz Eduardo Borges, representante do site no Brasil.
A Folha encontrou ainda homens que se fazem passar por mulheres para não pagar pelo uso dos sites.
"Um homem pode se inscrever no Ohhtel como uma mulher e usar o serviço gratuitamente, mas ele não será capaz de falar com as mulheres", afirma Roberts. "O site só permite a perfis masculinos falar com perfis femininos, e os perfis de mulheres só podem falar com homens."
O sistema de verificação de fotos do Ashley Madison também serve para impedir que homens se façam passar por mulheres, afirma Borges.
(RAFAEL CAPANEMA)


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