São Paulo, domingo, 10 de junho de 2001


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EDITAL

Sebrae vai disponibilizar R$ 5,8 milhões para o sistema; Brasil fica em segundo no ranking de unidades em operação

Incubadoras de empresas ganham espaço

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As chances de fazer parte de uma incubadora cresceram. O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) lançou no início de maio um edital de licitação disponibilizando R$ 5,8 milhões para favorecer 102 projetos (novos e já existentes).
Incubadoras são instituições ligadas a universidades, órgãos governamentais ou institutos de pesquisas que oferecem espaço físico, suporte técnico e consultoria para formação de novas empresas, em troca de uma taxa.
Em média, elas ficam na estrutura por cerca de três anos antes de serem lançadas no mercado. "Esse sistema transforma boas idéias em empresas com condições de disputar a concorrência", diz o presidente do Sebrae nacional, Sérgio Moreira, 40.
De acordo com a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas), o Brasil é atualmente o segundo país em número de incubadoras, com cerca de 180 em operação, atrás apenas dos Estados Unidos.
"O sistema de incubação e as empresas graduadas [aquelas que já saíram do projeto] movimentaram em 2000 cerca de R$ 600 milhões. Contando o patrimônio físico das empresas, esse valor sobe para R$ 1 bilhão", afirma o presidente da Anprotec, Luis Afonso Bermúdez, 48. Segundo ele, a taxa de crescimento anual é de 30%.

No rastro do prestígio
O vínculo com institutos é apontado como o grande trunfo para as empresas residentes.
"Na hora de apresentar os produtos ao mercado, elas carregam consigo o prestígio da entidade a que estão associadas", afirma Sérgio Risola, 51, gerente do Cietec (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas), ligado à USP (Universidade de São Paulo).
No Cietec, 13 empresas desenvolvem produtos de tecnologia de ponta, como células de energia e equipamentos hospitalares. Até o final do ano, a expectativa é a de que haja 132 empresas residentes.
Em 1998, quando entrou no Cietec, o físico Spero Penha Morato, 57, e seus quatro sócios conseguiram levantar US$ 80 mil (R$ 189.520) de capital para criar a LaserTools, empresa que faz cortes, solda e gravações de precisão.
Hoje têm mais de 800 negócios realizados e faturamento mensal de R$ 30 mil. "Sem a incubadora teríamos o produto, mas não poderíamos colocá-lo no mercado."
Mas esses empreendedores também passam por dificuldades. "Ainda falta dinheiro. Quando não há uma grande estrutura por trás, a assessoria disponível às empresas torna-se difícil", avalia Risola. (GUILHERME CASTELLAR)



Anprotec: 0/xx/61/340-5866; Cietec: 0/xx/11/3812-8466; Sebrae: 0800-780202.





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