São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 1999

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Bar é negócio para sóbrios

Greg Sallibian/Folha Imagem
Interior do bar Coronel Mostarda, em SP, aberto em 95; o proprietário André Queiroz fez um investimento inicial médio de R$ 250 mil


VINÍCIUS PRECIOSO
da Reportagem Local

A maioria dos projetos para a abertura de um bar é deflagrada com muita cerveja, em longas conversas com os amigos.
Quem leva a idéia adiante descobre que entrar nesse ramo competitivo exige muita dedicação e, principalmente, sobriedade.
O investimento para transformar o sonho etílico de montar um bar diferenciado -com apelo turístico ou que está "na moda"- em realidade varia muito e depende do tamanho do negócio.
Com R$ 20 mil, o futuro empresário pode montar a estrutura mínima: dois freezers -um para as bebidas e outro para os alimentos-, fogão industrial, mesas, cadeiras e balcão.
Com R$ 150 mil, já é possível investir no ambiente e nos equipamentos da cozinha, para desenvolver um cardápio mais requintado.
O empreendedor deve estar de olho em tudo o que se passa no salão e na cozinha, "vigiando" funcionários para evitar desperdícios e manter o bom atendimento.

Público
O primeiro passo é definir qual será o perfil do público. A partir disso, é possível escolher o melhor bairro para o empreendimento, o tipo de decoração e o cardápio.
"Se a intenção é atrair pessoas mais velhas, escolha bairros com grande concentração de escritórios e invista num cardápio variado e em drinques", aconselha André Queiroz, 26, proprietário do Coronel Mostarda, no Itaim Bibi (zona sudoeste de São Paulo).
Seu estabelecimento, aberto em 1995, com um investimento médio de R$ 250 mil, passou por uma fase mais badalada e, agora, conquistou uma clientela cativa.
Segundo Queiroz, no primeiro ano a frequência é formada basicamente por pessoas que estão à procura de novidades.
"O empreendedor deve estar preparado para quando esse fluxo acabar, investindo no atendimento e no cardápio."

Amigos e parentes
Quem ainda não consegue capturar os "loucos" por novidades pode apelar para amigos e parentes. Foi assim no início do Barnaldo Lucrécia, no Paraíso (zona sudoeste), em janeiro de 1994.
"Nos primeiros seis meses, a divulgação foi feita boca a boca. Convidávamos os colegas e pedíamos que eles trouxessem conhecidos", lembra Lurdes Nassif, 37, uma das sócias do empreendimento.
Hoje, o bar funciona de segunda a segunda, obrigando os três sócios a um revezamento constante no comando do negócio.
O Barnaldo Lucrécia é um exemplo de caso de sucesso que começou com um investimento baixo para o setor -cerca de US$ 22 mil.
"Não gastamos com decoração. Alugamos uma casa antiga e aproveitamos para criar um clima de bar do interior."

Barnaldo Lucrécia: (011) 885-3425; Coronel Mostarda: (011) 829-4149.



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