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BARES
Leis 'atrapalham' novos empreendedores
da Reportagem Local
Quem está sentado na mesa de
um bar não imagina a quantidade
de leis voltadas para a regulamentação dessa atividade.
As obrigações, que poderiam ser
resolvidas utilizando o bom senso,
acabam dificultando a abertura de
novos pontos.
Um exemplo é a exigência de cadeiras e poltronas especiais para
pessoas obesas -que vale para bares, restaurantes e cinemas. Outra
obriga os estabelecimentos que
não possuem esterilizador a oferecer copos descartáveis aos clientes.
Os pormenores da regulamentação chegam a tal ponto que exigem
que os cardápios estejam escritos
em língua portuguesa.
"O proprietário que respeita o
cliente irá pensar em tudo isso na
hora de montar o negócio", afirma
Percival Maricato, da Abredi.
Outras leis estão para ser votadas, como as que exigem uma folha
de papel sobre a tampa do vaso sanitário, um funcionário por banheiro e vidros na cozinha -para
que os clientes vejam o interior.
"Enquanto isso, eles legalizam os
dogueiros, que vendem cachorro-quente na rua", diz Maricato.
Paulo Melchor, 34, consultor jurídico do Sebrae-SP, lembra que o
bar deve se adequar a essas leis para conseguir o alvará de funcionamento. "Mas a burocracia é muito
grande, e o processo, demorado."
Essa informação é confirmada
pelo presidente da Abredi. "Existem estabelecimentos que funcionam há 20 anos sem o alvará." A
multa, nesse caso, chega a 300
UFMs (R$ 13.968).
Para tirar o documento, o futuro
empresário deve recorrer à administração regional de seu bairro. O
preço médio é de R$ 50 e depende
do número de folhas do pedido.
Mesas na calçada
Para colocar mesas e cadeiras na
calçada, o proprietário do bar deve
reservar uma faixa de 1,10 m entre
o meio-fio e a primeira mesa, para
a passagem de pedestres. "Esse limite deve ser demarcado com tinta
amarela", conta Melchor.
Outro cuidado é com o barulho.
Na hora de tirar o alvará, o empreendedor deve informar se o estabelecimento vai ter música. Para
evitar problemas, é bom providenciar um tratamento acústico.
Apesar de não ter som ambiente,
o Original já recebeu reclamações
dos vizinhos, que se queixavam
dos clientes mais exaltados.
"Fizemos uma porta de vidro especial que impede a saída do barulho. No Pirajá (outro bar dos sócios, em Pinheiros), aprendemos a
lição e já orientamos os seguranças
a abordar os clientes e pedir moderação", conta Ricardo Garrido, 29,
um dos sócios.
Abredi: (011) 867-0856; Sebrae-SP: 0800-780202.
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