São Paulo, domingo, 21 de março de 1999 |
Próximo Texto | Índice TECNOLOGIA Recurso atinge R$ 250 mil Verba 'oficial' impulsiona pesquisas
VINÍCIUS PRECIOSO da Reportagem Local Se ter uma microempresa no Brasil já é complicado, imagine manter uma de base tecnológica, que depende fundamentalmente de verbas para o desenvolvimento de pesquisas. Certo? Nem tanto. Mesmo com os sinais claros da crise do real, existe uma boa notícia para o setor: ainda há dinheiro no mercado para impulsionar os estudos. A Folha reuniu nesta edição algumas instituições -como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Instituto de Tecnologia de Software (ITS), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por meio das incubadoras, e a ParqTec- que oferecem suporte para quem trabalha nesse ramo (veja quadro ao lado). ² Pipe A primeira opção para conseguir verba é recorrer ao Pipe (Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas), da Fapesp -libera até R$ 250 mil. Os pedidos devem ser enviados por um pesquisador ligado à empresa, que não pode ter mais do que cem funcionários. Nele, devem constar um resumo do projeto, objetivos, metodologia, equipamentos necessários, resultados esperados, análise preliminar de retorno comercial ou social, orçamento e cronograma. A agência tem um site (www. fapesp.br), onde são encontrados os formulários para a inscrição. "Em 97, quando foi lançado o primeiro edital, foram analisados 80 pedidos. Desses, 31 foram aprovados", afirma José Fernando Perez, 54, diretor científico. Na primeira fase do Pipe (duração de seis meses), a empresa recebe R$ 50 mil para estudos sobre a viabilidade técnica do projeto. Dependendo dos resultados, são liberados mais R$ 200 mil para a segunda (duração de dois anos), em que a pesquisa é executada. Numa terceira fase, que não conta com o apoio financeiro da Fapesp, são desenvolvidos produtos comerciais a partir das pesquisas. "Publicamos dois editais por ano, um em 30 de junho e outro em 30 de novembro." Para 99, a Fapesp dispõe de R$ 15 milhões. Mercado A Hidro Ambiente já está na segunda fase do Pipe. "Estamos elaborando uma metodologia para avaliar os riscos para o meio ambiente em locais com solo e água subterrânea degradados", conta o diretor André Rebouças, 32. Ele recebeu R$ 45,2 mil, na primeira fase, e R$ 180 mil, na segunda. "Uma dica para quem quer participar do programa é a preocupação com o caráter inovador e com o mercado potencial." Outra empresa, a Unilaser, está desenvolvendo um medidor a laser de partículas poluentes do ar. Ela recebeu cerca de R$ 61 mil na primeira fase -inclui bolsas concedidas aos pesquisadores-, mais R$ 181 mil, na segunda. "O produto deve estar no mercado daqui a dois anos", conta Maria Luiza de Andrade Scalabrin, 44, umas das sócias. Próximo Texto | Índice |
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