São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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Crise amedronta candidatos a franqueados

THAIS ABRAHÃO
free-lance para a Folha

Considerado um porto seguro para investimentos, o setor de franchising também sente os efeitos da recessão, que se refletem na queda nas vendas e no interesse dos candidatos a franqueados.
"A franquia tem mais chances de sobreviver às dificuldades econômicas se comparada a uma empresa isolada", afirma Fernando Campora, 24, diretor da Cherto Networking, empresa de consultoria na área. "Mas o negócio não é infalível, apesar do grande volume de informação e da experiência do franqueador por trás."
Segundo Campora, as franquias tiveram de se reorganizar gerencialmente, cortar gastos e aperfeiçoar as estratégias de marketing.
"O trabalho em rede ajudou a manter o poder de negociação com os fornecedores e a rentabilidade das lojas", explica.
Nem todas as redes, porém, cresceram como pretendiam, mas o período serviu para amadurecer o sistema de franchising.
"Quem não criou competência fechou por causa da concorrência", avalia Renato Lapa Claro, 33, master-franqueado da Fastsigns.
A rede, que atua no ramo de comunicação visual, aumentou o faturamento, mas não cumpriu a meta de ampliação. "Crescemos 13% em relação a 98, mas abrimos só uma das três lojas previstas."
A desvalorização cambial diminuiu a procura pela franquia, que ficou 20% mais cara, uma vez que o investimento inicial é calculado em dólares. "Os equipamentos são importados, e temos sempre de usar novas tecnologias de impressão", argumenta Claro.

Alimentação
O comércio sempre espera que o segundo semestre seja melhor que o primeiro. Este ano, porém, a expectativa foi frustrada, segundo Regina Helena Thompson, 47, franqueadora da Casa do Pão de Queijo. "Com as pessoas saindo menos de casa, o faturamento deve cair até 20% em relação a 98."
Em 99, foram abertas 68 lojas e, até o fim do ano, devem ser inauguradas mais 22, além das 250 que compõem a rede. O investimento inicial médio é de R$ 100 mil para uma loja de 40 m2.
A doçaria Amor aos Pedaços espera fechar o ano com mais quatro lojas. "Planejamos abrir sete no ano 2000", afirma Keller de Paula, 27, coordenadora de expansão. A rede, que tem 40 lojas no eixo Rio-São Paulo, vai atuar no mercado mineiro em breve.
Algumas diferenças foram percebidas no perfil dos interessados em adquirir a franquia nos últimos tempos. "Os candidatos querem mais informações para investir com segurança", conclui Keller. A franquia custa de R$ 150 mil a R$ 180 mil, fora instalações.

Amor aos Pedaços: 0/xx/11/ 822-5892; Casa do Pão de Queijo: 0/xx/11/282-3466; Cherto Networking: 0/xx/11/ 3171-0008; Fast Signs: 0/xx/11/3064-5066




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