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Crise amedronta candidatos a franqueados
THAIS ABRAHÃO
free-lance para a Folha
Considerado um porto seguro
para investimentos, o setor de
franchising também sente os efeitos da recessão, que se refletem na
queda nas vendas e no interesse
dos candidatos a franqueados.
"A franquia tem mais chances
de sobreviver às dificuldades econômicas se comparada a uma
empresa isolada", afirma Fernando Campora, 24, diretor da Cherto Networking, empresa de consultoria na área. "Mas o negócio
não é infalível, apesar do grande
volume de informação e da experiência do franqueador por trás."
Segundo Campora, as franquias
tiveram de se reorganizar gerencialmente, cortar gastos e aperfeiçoar as estratégias de marketing.
"O trabalho em rede ajudou a
manter o poder de negociação
com os fornecedores e a rentabilidade das lojas", explica.
Nem todas as redes, porém,
cresceram como pretendiam,
mas o período serviu para amadurecer o sistema de franchising.
"Quem não criou competência
fechou por causa da concorrência", avalia Renato Lapa Claro, 33,
master-franqueado da Fastsigns.
A rede, que atua no ramo de comunicação visual, aumentou o faturamento, mas não cumpriu a
meta de ampliação. "Crescemos
13% em relação a 98, mas abrimos
só uma das três lojas previstas."
A desvalorização cambial diminuiu a procura pela franquia, que
ficou 20% mais cara, uma vez que
o investimento inicial é calculado
em dólares. "Os equipamentos
são importados, e temos sempre
de usar novas tecnologias de impressão", argumenta Claro.
Alimentação
O comércio sempre espera que
o segundo semestre seja melhor
que o primeiro. Este ano, porém,
a expectativa foi frustrada, segundo Regina Helena Thompson, 47,
franqueadora da Casa do Pão de
Queijo. "Com as pessoas saindo
menos de casa, o faturamento deve cair até 20% em relação a 98."
Em 99, foram abertas 68 lojas e,
até o fim do ano, devem ser inauguradas mais 22, além das 250 que
compõem a rede. O investimento
inicial médio é de R$ 100 mil para
uma loja de 40 m2.
A doçaria Amor aos Pedaços espera fechar o ano com mais quatro lojas. "Planejamos abrir sete
no ano 2000", afirma Keller de
Paula, 27, coordenadora de expansão. A rede, que tem 40 lojas
no eixo Rio-São Paulo, vai atuar
no mercado mineiro em breve.
Algumas diferenças foram percebidas no perfil dos interessados
em adquirir a franquia nos últimos tempos. "Os candidatos querem mais informações para investir com segurança", conclui Keller. A franquia custa de R$ 150 mil a R$ 180 mil, fora instalações.
Amor aos Pedaços: 0/xx/11/ 822-5892;
Casa do Pão de Queijo: 0/xx/11/282-3466; Cherto Networking: 0/xx/11/
3171-0008; Fast Signs: 0/xx/11/3064-5066
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