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Rali chique entre Bréscia e Roma tem clássicos de corrida

Trajeto da Mille Miglia, na Lombardia, refaz percurso dos anos 1950 reunindo apenas raros bólidos de época

Todo ano, 400 carros saem da Lombardia, vão até Roma e voltam, numa rota de 1.600 km que dura quatro dias

DANIEL MÉDICI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A cidade de Bréscia, na Lombardia (a 80 km de Milão), é a sede do maior evento de automóveis antigos da Itália. Ou ao menos de uma parte desse rali, porque, todo ano, quase 400 carros saem de lá para uma viagem de quatro dias e 1.600 km, até Roma, e de volta a Bréscia.

A Mille Miglia era uma perigosa corrida que atravessava cidades do centro-norte italiano entre 1927 e 1957, tendo sido interrompida na Segunda Guerra (1939-1945).

O evento marcou tão profundamente o imaginário italiano que o cineasta Federico Fellini recriou cena alusiva a ele em "Amarcord" (1973).

Em 1957, no último ano da prova, um acidente que matou dez espectadores fez o governo proibir sua realização.

A competição ressurgiu nos moldes atuais em 1982 e virou um rali de regularidade para o qual só são aceitas inscrições de carros fabricados nos 30 anos em que a corrida original existiu -o trajeto é semelhante ao que os bólidos faziam nos anos 1950.

JEITINHO ITALIANO

"A largada é dada numa praça [em frente à vialle Venezia]. Parte um veículo por vez. Por isso, os carros competidores se acumulam nas ruas em volta e ficam lá por horas, aguardando a partida", diz o colecionador de automóveis Júlio Penteado, presente a duas edições do evento como espectador.

"O problema é que não se pode dar partida dez, 20 vezes em carros antigos, a bateria deles não aguenta, e os colecionadores passam o dia inteiro empurrando. A gente faz amizade com os competidores muito facilmente, porque eles sempre precisam de ajuda para empurrar um Jaguar, uma Mercedes ou uma Ferrari...", diz ele.

Para Penteado, o evento não se limita a ver os carros partindo. "Como a prova acontece em estradas vicinais, é possível sair de Bréscia de carro e chegar a Ravena pelas rodovias mais novas, antes dos participantes."

Mesmo com as vias fechadas, Penteado conta que muitos espectadores, dirigindo carros novos, furam os bloqueios e dirigem ao lado das estrelas do espetáculo.

"Na Itália é assim, eles não respeitam muito as regras. Mesmo os participantes, em teoria, não deveriam ultrapassar a velocidade máxima da via. Mas eles fazem isso o tempo todo", afirma.

MILLE MIGLIA

Instituída em 1927 e extinta como prova de velocidade em 1957, a corrida é hoje um rali de elegância. O trajeto, entre Bréscia e Roma, varia, mas os bólidos que participam são os mesmos carros dos áureos tempos.

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