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Desbravador (e explorador), 'sir' Cook descobriu o Havaí em 1778

Capitão foi recebido com festa quando chegou ao arquipélago e considerado criatura superior

Mais tarde, havaianos, que eram canibais, se deram conta de que ele não era tão divino e o esquartejaram

DO EDITOR DE "TURISMO"

Entre havaianos radicais, o capitão James Cook não tem boa reputação. Para eles, o intrépido explorador foi um "crook", ou estroina.

O termo explorador, é verdade, já enseja significado dúbio: pode ser lido como alguém que desbrava ou que explora, tira vantagem.

"Sir", Cook foi um descobridor do mundo tal como o conhecemos ao desvelar para o almirantado britânico as terras que faltavam ser colonizadas. Numa era em que a navegação à vela não tardaria a dar lugar ao vapor, descobriu a Austrália, a Nova Zelândia e o Havaí. E divisou limites da Antártida, que se supunha ligada à Austrália.

MÁGICO E TRÁGICO

Nascido na região de Yorkshire, ele aprendeu navegação no porto de Whitby, entre o rio Esk e o mar do Norte, na costa onde Bram Stoker ambientaria o romance "Drácula" (1897). Depois, integradas por cartógrafos e naturalistas, suas expedições registravam descobertas em cadernos ricamente ilustrados.

Mas nem tudo foi um mar de rosas na vida de Cook. Na viagem em que descobriu o Havaí, em 1778, foi recepcionado pela maior festa presenciada por europeus, com barcos polinésios cheios de flores, na ilha de Kauai.

Navegadores místicos que se guiavam pelas estrelas, os havaianos acharam que a esquadra era uma floresta-cidade e concluíram que Cook era uma criatura superior.

Depois, a esquadra partiu. Mas voltou em 1779 ao ser surpreendida por uma tempestade e aportou em Kealakekua. Foi aí que os havaianos, que eram canibais, se deram conta de que Cook não era tão divino. E, quando tudo parecia calmo, verificou-se que os nativos haviam surrupiado objetos metálicos, material que não conheciam.

Cook ordenou o sequestro do rei nativo e desembarcou, sendo brutalmente assassinado. Só as mãos de Cook parecem ter restado intactas da carnificina a que ele foi submetido. No dia 15 de fevereiro, elas foram entregues aos ingleses num manto de plumas brancas. Não houve perdão. Os oficiais atearam fogo às aldeias e, no dia 22 de fevereiro, quando partiram, o Havaí havia entrado de forma trágica -e definitiva- no mapa-múndi.

(SILVIO CIOFFI)

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