Índice geral Turismo
Turismo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Coleção Fortabat reúne obras de renome

No moderno edifício em Puerto Madero, estão algumas obras de J. M. W. Turner, Dalí, Pieter Brueghel e Chagall

Acervo era de Amalia Lacroze de Fortabat, considerada a mulher mais rica da Argentina até sua morte, em 2011

DO ENVIADO A BUENOS AIRES

Puerto Madero, em que pese seus novíssimos edifícios espelhados, costuma atrair o visitante pelo estômago, com algumas das mais chiques "parrilladas" da cidade.

Mas o bairro também possui atrações culturais. O grande polo destas é a Colección de Arte Amalia Lacroze de Fortabat, museu que expõe o principal conjunto particular de obras na Argentina.

O moderno edifício, projetado pelo uruguaio Rafael Viñoly, abriu suas portas em outubro de 2008, três anos e meio antes da morte da colecionadora, aos 90, a mulher mais rica do país até então.

Conhecida como "la dama del cemento", Amalia Lacroze de Fortabat teve uma biografia controvertida.

Quando o barão do concreto, Alfredo Fortabat, 27 anos mais velho, lhe tirou para dançar pela primeira vez, Amalia era uma mulher casada. Isso aconteceu em 1946 e, no ano seguinte, apesar da reprovação da sociedade portenha, ambos se uniram em uma cerimônia no Uruguai.

Seu rosto jovial e alegre, que Alfredo cobiçou, pode ser visto na primeira ala da galeria, em diversos retratos, como o do espanhol Alejo Vidal-Quadras. Mais adiante, também se encontra a imagem de Amalia pintada pelo pioneiro da pop art nos EUA, Andy Warhol.

Ela se tornou viúva em 1976 e herdou todo o conglomerado, assumindo os negócios.

Fortabat ganhou diversas licitações do governo militar argentino -para construir desde estradas até estádios de futebol.

VENEZA NA ARGENTINA

A partir daí, sua coleção de arte passou a angariar fama. Em 1980, Amalia arrematou o quadro "Juliet e sua Enfermeira" (1836), de J. M. W. Turner, por US$ 6,4 milhões -então o valor mais alto já pago por uma obra em leilão.

A imensa tela do artista inglês (1775-1851) é o grande destaque da mostra permanente, estampando a capa do catálogo (vendido no museu por 300 pesos; R$ 130), do guia (60 pesos) e até ilustrando o bilhete do ingresso.

De uma sacada voltada à Piazza San Marco, o quadro mostra a torre do Campanile e as cúpulas da basílica, com uma multidão embaixo, observando a queima de fogos de artifício.

Veneza exerce um papel de destaque no imaginário da coleção: também pode ser vista em diversas outras telas, inclusive contemporâneas, de pintores argentinos -boa parte deles concentrados no primeiro andar.

Entre outros artistas internacionais, figuram obras de Pieter Brueghel, Dalí, Chagall, alguns rascunhos de Gustav Klimt e uma aquarela do escultor Auguste Rodin.

O foco da coleção, no entanto, está no modernismo e pós-modernismo desenvolvido na Argentina, em obras de Carlos Alonso, Antonio Berni, Héctor Balsadán, Raúl Soldi, entre outros.

Uma das grandes curiosidades do museu vem, contudo, de uma peça assinada por um nome consagrado na literatura: uma pequena natureza-morta de Ernesto Sábato (1911-2011).

(DANIEL MÉDICI)

COLECCIÓN DE ARTE AMALIA LACROZE DE FORTABAT

QUANDO de terça a domingo, das 12h às 21h
ONDE calle Olga Cossentini, 141
QUANTO 30 pesos (R$ 13)
SITE coleccionfortabat.org.ar

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.