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Em Nantes, legado passadista contrasta com a modernidade

Elefante mecânico de 12 m de altura e galpão com banheiros pichados convivem com castelo de duques

Restaurante de 1895 que teve os surrealistas André Breton e Jacques Prévert tem 'combo' em conta para o jantar

DO ENVIADO A NANTES (FRANÇA)

Há quem não entenda o seu propósito, há quem sorria, há quem se emocione e há também quem grite com as jorradas d'água. Mas todos concordam que a engenhoca impressiona.

Trata-se do elefantão de 12 m de altura, 8 m de largura e 21 m de comprimento. Com estrutura de 48,4 toneladas de aço e madeira, ele tem movimentos animalescos e sai por aí, perambulando com até 49 passageiros pela ilha de Nantes, numa área do lado oeste da cidade que até poucos anos atrás era erma e recebeu investimentos para se tornar um atrativo turístico e cultural.

É aqui onde acontecem feiras e festivais. Outra parte da chamada ilha abriga novos edifícios projetados, como faculdades, e deve receber o novo hospital da cidade.

A região contrasta com o centro histórico e dá a noção de como Nantes tem vocação para projetos culturais.

Próximo ao castelo dos duques da Bretanha (Nantes já foi uma importante cidade bretã, mas hoje é capital de Loire-Atlantique, na região de Pays de la Loire), que na semana passada recebia um festival de projeção de imagens em tela e água, fica o Lieu Unique, um galpão de telhado com uma espécie de reboco preto todo descascado.

Os banheiros, no subsolo, têm paredes de concreto e são todos pichados. Logo acima, um rapaz toca piano acompanhado de outro que faz sons com o pé -o ambiente parece de improvisação.

O bar, com vinhos e cervejas, fica próximo um restaurante. No lado oposto, há um grupo de dançarinos. E, nas escadarias de fora, um pianista profissional toca enquanto uma tela mostra uma sequência de imagens em movimento e o público se acomoda em pufes e mantas distribuídas para assisti-lo.

BELLE ÉPOQUE

Aberto em 1895, o La Cigale (www.lacigale.com) era o ponto de encontro da aristocracia e burguesia. A casa é um lugar monumental, repleta de azulejos art nouveau coloridos, muitos vitrais e espelhos bisotados.

E sentar para jantar por lá pode não ser uma experiência das mais caras -pelo menos para os padrões de São Paulo. Um menu com entrada, prato principal e sobremesa custa € 26,50 (R$ 70). Há possibilidades individuais, sem o combo.

No dia da visita, as opções foram creme de queijo de cabra com salada e tomates confitados (que ficaram só na promessa, pois não chegaram à mesa com o prato) e um suculento magret de pato com batatas assadas e chamuscadas na gordura da ave.

Para a sobremesa, um tradicional bolo de Nantes -castanhas sobre um glacê branquinho e doce que cobria a massa espessa.

Um serviço caprichado, numa atmosfera que costumava receber os surrealistas André Breton e Jacques Prévert e que também serviu de filmagem para o filme "Lola".

(RAFAEL MOSNA)

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