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Bretã, Rennes é uma capital de iguarias

Gula nem é grande pecado nessa cidade que, aos sábados, monta feira de rua cuja origem remonta à Idade Média

Em 1720, um incêndio destruiu 900 casas; depois disso, o centro histórico foi reedificado em seu estilo original

DO ENVIADO A RENNES (FRANÇA)

Na Bretanha, cuja capital é Rennes, a manteiga é genuinamente salgada. Como em toda França, ela é saborosa por utilizar uma maior quantidade de leite (de qualidade). Mas, na região, ela normalmente ganha sal -o que, asseguram os locais, nem sempre ocorre no resto do país.

"Esse costume que nós bretões temos de comer a manteiga salgada vem desde a Antiguidade. Quando o rei Felipe 6º instituiu o imposto sobre o sal na França, no século 14, a Bretanha era independente, governada pelos duques. Depois, com a união à França, conseguiu manter seus privilégios, convertendo-se em uma província 'franca de impostos' sobre o sal", conta o guia Lionel Besnard.

Com a Revolução Francesa, os privilégios, como legislação e impostos próprios, foram embora, e, queiram ou não os bretões, a região continua um território da França atual -mas ainda hoje as ruas da capital, Rennes, que começou a ser erguida no século 1º a.C., mantém aspectos que remontam à Idade Média.

A movimentada feira da cidade é uma das maiores do país e está situada no local em que aconteciam os torneios dos cavaleiros fora das antigas fortificações. Aos sábados, comece a andança pelas barracas que ficam próximas à antiga entrada do duque (uma fortificação preservada que dava, ao soberano e às pessoas importantes, acesso à cidade).

E os aromas mais pertinentes poderão ser mais ou menos nessa ordem: frutas e legumes -com morangos bem maduros, cenouras e couve roxa-, paella, frango assado na "televisão de cachorro", galette (leia mais nesta página) recheado com linguiça

(€ 2,20; prepare-se para a fila), docinhos artesanais de mel, gengibre, lavanda (vendidos a granel), ostras e frutos do mar, charcuteria e flores como rosas e girassóis.

PRA VARIAR, O INCÊNDIO

As construções de Rennes que circundam a praça da República são, na sua maioria, feitas de granito na parte baixa e de pedra branca nas fachadas superiores. Seguem padrões da arquitetura clássica francesa e são originárias do século 18, substituindo antigas casas de madeira, que ainda podem ser achadas em alguns pontos da cidade.

Passou o seguinte: em 1720, um grande incêndio durou seis dias e destruiu 900 casas em enxaimel (construídas com hastes de madeira encaixadas entre si, como as tradicionais de Joinville, SC).

Possivelmente uma das mais antigas casas de Rennes ainda conservadas está situada no número 12 da rua de la Psalette. Ache também fachadas geométricas amarronzadas que resistiram ao fogo na rua Vasselot e na rua do Champ Jacquet.

(RAFAEL MOSNA)

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