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Museu narra histórias de povos pré- colombianos

Prédio tem peças como a famosa pedra do sol

DO ENVIADO AO MÉXICO

Para quem gosta de história inteligentemente narrada, o Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México, é exemplar por ao menos dois motivos: reúne para 2 milhões de visitantes anuais o que há de fundamental das civilizações pré-colombianas da região e explica a estonteante diversidade das raízes culturais mexicanas.
É um imenso prédio quadrangular, inaugurado em 1964, com o pátio central parcialmente coberto por uma estrutura de concreto.
Nas laterais, 23 salas de exposições abrigam peças mundialmente conhecidas, como a pedra do sol (3,6 metros de diâmetro), esculpida no século 15 como altar de sacrifícios e impropriamente chamada de "calendário asteca".
O México, que as elites do século 19 se esforçavam em representar pela ascendência predominantemente espanhola, é, na verdade, um caleidoscópio étnico em que astecas, ao centro, e maias, ao sul, eram somente as civilizações predominantes no século 16. Multiétnicos e multiculturais, só 9% dos mexicanos descendem apenas de europeus. Um décimo da população de 113 milhões pertence a mais de 60 grupos com idioma próprio, como os nahuas, os zapotecas ou os otomis.
O Museu de Antropologia não foi construído apenas para mostrar tudo isso a estrangeiros. Ele é, sobretudo, um espelho no qual os mexicanos se enxergam e têm a noção de sua riqueza mestiça.
Há algo de desconcertante para o brasileiro. Inexistem referências culturais como as entregues ao Brasil pelos portugueses (estatuário sacro, por exemplo). Ou peças como as de museus europeus, que são datadas e etiquetadas segundo determinada corrente (gótica, barroca). Diante da civilização da chamada "Mesoamérica", com seus 4.000 anos, resta uma singularidade absoluta. Ela nos chama ao desconhecido.
Há peças como as máscaras humanas cobertas por mosaicos de turquesa, ou o painel em baixo relevo no qual o rosto do deus Quetzalcoatl sai da boca de uma serpente, a maquete do mercado de Tlatelolco, que reunia até 3.000 comerciantes para a troca de mercadorias, a escultura de um lutador olmeca, cujo rosto se assemelha ao de um chinês. Ou, ainda, o túmulo do rei Pakal e as esculturas de Teotihuacán. (JBN)

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