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MINICHINA
Premiação de filmes começa nos anos 90
Cinema da ilha ganhou principais estátuas em Veneza, Berlim e Hollywood com o taiwanês Ang Lee
THIAGO MOMM
DA REDAÇÃO
No anos 60 e 70, o cinema de
Taiwan era forte na Ásia, mas
dominado por dramas melosos
ou moralistas e por aqueles filmes de kung-fu que ainda pingam nas madrugadas televisivas brasileiras.
A ruptura com esses velhos
moldes escapistas tem um
marco em 1982: "In our Time",
de quatro novos diretores, traz
um olhar realista da vida local e
abre caminho para o Cinema
Novo de lá, também chamado
de Nova Onda de Cinema.
O movimento tem duas fases:
filmes mais engajados, até o começo da década de 90, e mais
variados, depois. "Confucian
Confusion", de 1994, fala da
substituição dos valores tradicionais pelos do consumismo;
"Vive l'Amour", do mesmo ano,
do amor na Taipé contemporânea. O longa ganhou o Leão de
Ouro do Festival de Veneza.
Desejo, cautela
Ang Lee, cineasta mais notório da ilha, faz parte da segunda
fase. Nascido em Pingtung, em
1954, ele se destaca com uma
trilogia sobre Taiwan. Depois
recheia o currículo com "Razão
e Sensibilidade" (1995), "O Tigre e o Dragão" (2000) e "O Segredo de Brokeback Mountain"
(2005) -os dois últimos lhe
rendem, respectivamente, Oscar de melhor filme estrangeiro
e de melhor diretor.
O homossexualismo, tema de
"Brokeback", não era inédito
na sua filmografia: já havia motivado "Banquete de Casamento", o terceiro da trilogia taiwanesa. Já "Eat Drink Man Woman", segundo dessa série, antecipa "Razão e Sensibilidade",
adaptação de obra da inglesa
Jane Austen (1775-1817), ao retratar a vida amorosa de irmãs.
Atualmente, Lee está filmando o longa "Lust, Caution"
("Desejo, Cautela", em tradução literal). A história se passa
durante a Segunda Guerra e fala do envolvimento de um importante político de Xangai
com uma mulher mais nova. É
uma adaptação do romance homônimo de Eileen Chang
(1920-95), escritora norte-americana de origem chinesa.
O filme será falado em chinês.
Outro cineasta de Taiwan
premiado é Tsai-Ming-Liang,
vencedor do Festival de Berlim
em 2005 com o drama musical
"The Wayward Cloud".
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