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NACIONAL E POPULAR
Mercado tem comida típica e prosa maneira
No local, é possível encontrar feijão tropeiro a R$ 3 e ouvir os causos contados pelos comerciantes
João Marcos Rosa/Folha Imagem
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Variedades de queijo, como provolone, mussarela e prato, expostas em uma das barracas dedicadas aos derivados de leite; há um corredor inteiro dedicado à iguaria típica do Estado mineiro
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO
HORIZONTE
Pobre comerciante iludido, o
que vê um corredor com gatos,
porcos, papagaios e coelhos à
venda, não longe do box onde
um prato de feijão tropeiro para duas pessoas custa R$ 3, e
acredita que o metro quadrado
do Mercado Central belo-horizontino (www.mercadocentral.com.br) é barato.
Quase R$ 700 mil, ou R$ 15
mil o metro quadrado. Foi o
que a dona de um ponto cujo
comércio nem será aproveitado acaba de conseguir pela venda da sua lojinha.
Deve ser o preço da diversidade oferecida pelo mercado. É
um local múltiplo, fascinante,
deliciosamente insólito, que
possui inclusive uma capela.
Já o Bar do Mané Doido teria
recebido esse nome por causa
de um tomate atirado pelo dono na cabeça de um policial.
No Bar do Alemão e no Bar
do Zé da Onça, um em frente ao
outro, separados por um espaço de não mais de cinco metros,
as cervejas são entregues abertas a passantes, que, constrangidos, invariavelmente acabam
consumindo a bebida.
Há, pelo menos, outros dois
pares de bares dispostos assim.
No Bar da Tia e no Nosso Bar,
apesar da pouca distância, os
públicos são distintos -de um
lado, o pessoal engravatado e,
do outro, turmas com roupas
menos formais.
Quatro cachaças
Na banca Santo Antônio,
além de tequila, vinho e uísque
vendem-se todos os tipos de
tempero na escala do óbvio ao
exótico -nessa ponta, cem gramas da pimenta da Costa, africana, custam R$ 40.
O Rei da Feijoada funciona
há 34 anos (o mercado é de
1929), vende seus produtos a
restaurantes de outros Estados
e oferece aos clientes um folheto com uma receita de feijoada
que inclui até mesmo "um abacaxi para cada oito pessoas".
O Comida di Buteco, afirma
Eduardo Maia, acontece apenas em abril, e não antes, porque a população da cidade respeita muito a Quaresma. Mesmo assim, conta o dono do Rei
da Feijoada, um padre havia
acabado de passar em seu box
para comprar quatro cachaças.
Por falar nelas, na banca do
Ronaldo há centenas de tipos, e
você pode aprender mais sobre
cada uma com o próprio dono.
Há ainda frutas, aquários, flores, panos, pratos, sinos (!), artigos para a pesca e, claro, muitos queijos -aliás, um corredor
inteiro dedicado apenas a eles.
(THIAGO MOMM)
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