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URUGUAI NATURAL
Museus expõem arte clássica e de vanguarda
José Gurvich, discípulo de Torres García, maior nome das artes visuais do país, ganhou área de exposição
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE MONTEVIDÉU
"Cartógrafo" do mapa que
apresenta a América do Sul de
cabeça para baixo, Joaquín
Torres García (1874-1949), nome fundamental da vanguarda
artística latino-americana, é
também o maior expoente das
artes visuais uruguaias e tema
de um museu ineludível no
centro histórico da capital.
Pintor, professor e teórico,
Torres García criou o "universalismo construtivo" -doutrina estético-filosófica que propunha o surgimento de uma arte americana "poderosa e virgem", de caráter mundial e que
conjugasse a expressão pré-histórica do continente e elementos construtivistas, dentro
de princípios de proporção,
unidade e estrutura.
Seguidor
Seu discípulo mais destacado, o lituano José Gurvich
(1927-1974), é o eixo de outro
museu, aberto há sete meses
também na Ciudad Vieja. Escultor, pintor e muralista, Gurvich chegou ao Uruguai aos cinco anos e conheceu Torres García aos 17. Dos costumes judaicos familiares e da proximidade
com o mestre uruguaio, Gurvich extrairia os principais motes de seu trabalho, em que
também constam cenografias
para grupos como El Galpón.
Distante das revoluções pictóricas propostas por Torres
García e Gurvich, outros clássicos do Uruguai estão representados no Museu Municipal de
Belas Artes Juan Manuel Blanes, no residencial e altamente
arborizado bairro do Prado.
No local, o candombe de séculos passados permanece nas
telas de Pedro Figari (1861-1938), artista cuja obra está exposta também em outro estabelecimento, a Galeria Pedro
Figari, mantida pelo bisneto do
pintor Fernando Saavedra. Advogado, político e escritor, Figari ajudou a legitimar, com
seus quadros, hábitos e costumes da comunidade negra, fazendo transitar essa cultura entre a elite do Uruguai.
Cronista
Ainda mais recuados no tempo estão os óleos naturalistas
de Juan Manuel Blanes (1830-1901), o homenageado principal do museu municipal de
Montevidéu. Cronista de momentos épicos e personagens
que conformaram a história do
Uruguai, Blanes ilustrou igualmente batalhas e oficiais de outras nações, como Chile, Argentina e mesmo o Brasil: seu retrato do general Osório integra
hoje o acervo da Academia Militar das Agulhas Negras.
(DENISE MOTA)
TORRES GARCÍA - De seg. a dom.,
das 9h às 20h; entrada franca (pede-se uma contribuição voluntária); Peatonal Sarandí, 683
Tels. 00/xx/5982/ 915-6544 e 916-2663.
MUSEU GURVICH
De seg. a sex., das 10h às 18h; sáb.,
das 11h às 15h; entrada: 25 pesos
(às terças-feiras, a entrada é gratuita) r. Ituzaingó, 1.377
Tel. 0/xx/5982/915-7826.
MUSEU MUNICIPAL DE BELAS ARTES JUAN M. BLANES - também
está a Sala Pedro Figari. De ter. a
dom., das 12h às 18h; av. Millán,
4.015, entrada franca
Tel. 00/xx/5982/336-2248.
GALERIA PEDRO FIGARI - as visitas, gratuitas, devem ser agendadas previamente pelo tel. 00/xx/
5982/901-6643
www.pedrofigari.com.
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