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CIDADE PACÍFICA
Metrópole de 2,1 milhões de habitantes estimula pedaladas e idas a mercados localizados à beira da baía
Vancouver ostenta natureza por ar e mar
MARGARETE MAGALHÃES
EM VANCOUVER (CANADÁ)
Existem certos lugares abençoados pela geografia. Vancouver, na
Costa Oeste do Canadá, é um deles, e quem se regala com essa
bênção é o turista. No verão, a
uma temperatura de 20C a 26C,
moradores e turistas se espicham
nas praias e dividem ciclovias ao
longo da English Bay, se esbarram
patinando no Stanley Park, fazem
canoagem em False Creek, encontram-se em mercadões de Granville Island e Lonsdale Quay, que
expõem lagostas, caranguejos e
comidas variadas. O dia parece
não ter fim -o sol dá as caras às
7h e se despede quase às 22h.
A ilha de Vancouver está numa
esquina. Até a bordo do metrô deles, que na verdade não tem trilhos debaixo da terra, mas sim no
ar, e se chama skytrain, a visão na
altura das árvores alcança os limites geográficos da cidade.
Vêem-se claramente o skyline
do centro de Vancouver e um dos
cartões-postais da cidade, o Canada Place, um dos prédios mais
chamativos dali, que parece um
barco com velas atracado, entre as
águas de Burrard Inlet e de Coal
Harbour, e que funciona como
centro de convenções e hotel.
Naquelas redondezas, na estação Waterfront do skytrain, o turista pode pegar um SeaBus, atravessar as águas de Burrard Inlet e
chegar a North Vancouver. A primeira parada é o mercado público Lonsdale Quay, freqüentado
por turistas e moradores nos finais de semana. Alguns quarteirões acima, encontram-se mercados étnicos, vários iranianos.
Ponto de partida para cruzeiros
rumo ao Alasca, Vancouver pode
levar o viajante para passear por
ali mesmo, em embarcações que
navegam pelas águas da English
Bay e oferecem jantar dançante de
três ou quatro horas.
A saída é da marina no Plaza of
Nations (750 Pacific Boulevard) e
custa por pessoa entre CA$ 35 (R$
70) e CA$ 85 (R$ 170).
Difícil mesmo em Vancouver é
não ter ao alcance dos olhos as
águas do Pacífico, montanhas e
até uma tripinha careca da pistas
de esqui em Grouse Mountain,
em North Vancouver, a mais à
mão para quem mora ali, embora
a estação de Whistler, uma das
melhores pistas de esqui do país,
esteja a uma hora e meia de carro
de Vancouver. Poder esquiar no
inverno é motivo de orgulho, e os
moradores gostam de se exibir,
dizendo que ali tem tudo -praia
no verão e esqui no inverno.
Bem, mas estamos no verão de
temperatura média de 23C da
"Melhor Cidade das Américas" de
2004, eleita pela revista "Condé
Nast Traveller". A escolha não é
sem razão. Segurança, facilidade
de locomoção e gastronomia variada são alguns desses quesitos
avaliados. Entra aí também a cordialidade. Aliás, imbatíveis são o
jeito "friendly" dos moradores de
Vancouver e a facilidade para ir
de um lado a outro.
A multiculturalidade dessa cidade de 2,1 milhões de habitantes
pode ser uma das razões para tanta simpatia. Há muitos indianos,
vietnamitas, filipinos, franceses,
alemães, espanhóis, iranianos e
gregos, além dos chineses, sem
dúvida, a maior população de
imigrantes de Vancouver.
Há áreas como Metrotown, em
South Burnaby, tomadas pelos
chineses. A quantidade de produtos e de restaurantes orientais ali
bate a da própria Chinatown da
cidade, a terceira maior da América do Norte. Há restaurantes com
cardápios só em cantonês ou
mandarim e lojas que vendem bala de peixe, palitinhos de peixe
com pasta de gergelim e guloseimas só achadas na China.
A diversidade faz Vancouver
despontar como um destino
bem-visto por estudantes do Brasil para aprender inglês (leia à pág.
F8) e por pais, que ficam tranqüilos com relação à segurança.
Convive-se com um "código de
honra". Não há catracas no
skytrain, os bilhetes são comprados em caixas automáticos. Poucas vezes um funcionário lhe pedirá para mostrar o passe de um
dia. Se perder o tíquete do estacionamento no aeroporto, não pense
que terá de pagar uma fortuna. O
atendente dirá: "Pague as horas
que você ficou". Nada mal saber
que há lugares onde normas de
conduta funcionam.
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