São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2005

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CIDADE PACÍFICA

Metrópole de 2,1 milhões de habitantes estimula pedaladas e idas a mercados localizados à beira da baía

Vancouver ostenta natureza por ar e mar

MARGARETE MAGALHÃES
EM VANCOUVER (CANADÁ)

Existem certos lugares abençoados pela geografia. Vancouver, na Costa Oeste do Canadá, é um deles, e quem se regala com essa bênção é o turista. No verão, a uma temperatura de 20C a 26C, moradores e turistas se espicham nas praias e dividem ciclovias ao longo da English Bay, se esbarram patinando no Stanley Park, fazem canoagem em False Creek, encontram-se em mercadões de Granville Island e Lonsdale Quay, que expõem lagostas, caranguejos e comidas variadas. O dia parece não ter fim -o sol dá as caras às 7h e se despede quase às 22h.
A ilha de Vancouver está numa esquina. Até a bordo do metrô deles, que na verdade não tem trilhos debaixo da terra, mas sim no ar, e se chama skytrain, a visão na altura das árvores alcança os limites geográficos da cidade.
Vêem-se claramente o skyline do centro de Vancouver e um dos cartões-postais da cidade, o Canada Place, um dos prédios mais chamativos dali, que parece um barco com velas atracado, entre as águas de Burrard Inlet e de Coal Harbour, e que funciona como centro de convenções e hotel.
Naquelas redondezas, na estação Waterfront do skytrain, o turista pode pegar um SeaBus, atravessar as águas de Burrard Inlet e chegar a North Vancouver. A primeira parada é o mercado público Lonsdale Quay, freqüentado por turistas e moradores nos finais de semana. Alguns quarteirões acima, encontram-se mercados étnicos, vários iranianos.
Ponto de partida para cruzeiros rumo ao Alasca, Vancouver pode levar o viajante para passear por ali mesmo, em embarcações que navegam pelas águas da English Bay e oferecem jantar dançante de três ou quatro horas.
A saída é da marina no Plaza of Nations (750 Pacific Boulevard) e custa por pessoa entre CA$ 35 (R$ 70) e CA$ 85 (R$ 170).
Difícil mesmo em Vancouver é não ter ao alcance dos olhos as águas do Pacífico, montanhas e até uma tripinha careca da pistas de esqui em Grouse Mountain, em North Vancouver, a mais à mão para quem mora ali, embora a estação de Whistler, uma das melhores pistas de esqui do país, esteja a uma hora e meia de carro de Vancouver. Poder esquiar no inverno é motivo de orgulho, e os moradores gostam de se exibir, dizendo que ali tem tudo -praia no verão e esqui no inverno.
Bem, mas estamos no verão de temperatura média de 23C da "Melhor Cidade das Américas" de 2004, eleita pela revista "Condé Nast Traveller". A escolha não é sem razão. Segurança, facilidade de locomoção e gastronomia variada são alguns desses quesitos avaliados. Entra aí também a cordialidade. Aliás, imbatíveis são o jeito "friendly" dos moradores de Vancouver e a facilidade para ir de um lado a outro.
A multiculturalidade dessa cidade de 2,1 milhões de habitantes pode ser uma das razões para tanta simpatia. Há muitos indianos, vietnamitas, filipinos, franceses, alemães, espanhóis, iranianos e gregos, além dos chineses, sem dúvida, a maior população de imigrantes de Vancouver.
Há áreas como Metrotown, em South Burnaby, tomadas pelos chineses. A quantidade de produtos e de restaurantes orientais ali bate a da própria Chinatown da cidade, a terceira maior da América do Norte. Há restaurantes com cardápios só em cantonês ou mandarim e lojas que vendem bala de peixe, palitinhos de peixe com pasta de gergelim e guloseimas só achadas na China.
A diversidade faz Vancouver despontar como um destino bem-visto por estudantes do Brasil para aprender inglês (leia à pág. F8) e por pais, que ficam tranqüilos com relação à segurança.
Convive-se com um "código de honra". Não há catracas no skytrain, os bilhetes são comprados em caixas automáticos. Poucas vezes um funcionário lhe pedirá para mostrar o passe de um dia. Se perder o tíquete do estacionamento no aeroporto, não pense que terá de pagar uma fortuna. O atendente dirá: "Pague as horas que você ficou". Nada mal saber que há lugares onde normas de conduta funcionam.


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